Apple já vale mais de 500 dólares por ação. S&P 500 e Nasdaq renovam máximos
O dia foi histórico em Wall Street, com a Apple em forte alta no último dia antes do stock split, impulsionando os índices. O S&P 500 e o Nasdaq ganharam menos de 1%, mas renovaram máximos históricos.
Foi mais um dia de recordes em Wall Street. Os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram máximos na primeira sessão da semana, com avanços no tratamento da Covid-19 e nas vacinas para o vírus a animar os investidores. A Apple ajudou a animar a festa, ultrapassando a fasquia dos 500 dólares por ação, no último dia elegível para o stock split.
A aprovação do uso de plasma sanguíneo no tratamento de doentes com Covid-19 pelo regulador da saúde dos EUA e a notícia de que a administração Trump poderá criar uma “via rápida” para uma potencial vacina contribuíram para o otimismo dos investidores, que prolonga o sentimento vivido na semana passada.
“Não houve notícias durante o fim de semana, após a confirmação do bull market na semana passada, que pudesse causar uma mudança no pensamento”, explica Oliver Pursche, presidente da Bronson Meadows Capital Management, em declarações à Reuters. O gestor lembra que as economias estão a reabrir e que “a administração Trump tem sido muito clara sobre a intenção de conseguir uma vacina antes das eleições” presidenciais de novembro.
Neste cenário, o índice tecnológico Nasdaq somou 0,60% para 11.379,72 pontos, o valor mais elevado de sempre. Também o S&P 500 renovou máximos históricos no fecho da sessão, com uma valorização de 1% para 3.431,28 pontos. O industrial Dow Jones acompanhou os ganhos, subindo 1,35% para 28.308,46 pontos, mas ainda não alcançou os recordes tocados em fevereiro.
As tecnológicas têm sido o grande motor do rally acionista em Wall Street, após o sell-off causado pela pandemia em março e esta sessão também foi assim. A impulsionar os índices esteve a Apple, que subiu 1,13% para 503,43 dólares por ação, após ter chegado mesmo a tocar o máximo histórico de 515,14 dólares.
Desde os mínimos tocados no sell-off da pandemia, em março, a dona do iPhone mais que duplicou de valor e tornou-se mesmo, na semana passada, a primeira cotada em Wall Street a atingir uma capitalização de dois biliões de dólares. Graças aos fortes ganhos, o CEO Tim Cook acaba de receber um cheque chorudo. Esta segunda-feira o gestor ganhou 560 mil ações, avaliadas em 279 milhões de dólares, como prémio anual acordado há nove anos quando sucedeu a Steve Jobs.
Com a escalada do preço das ações, tanto a Tesla como a Apple estão prestes a realizar stock splits. Na prática, significa que cada ação vai dividir-se em cinco ou quatro, respetivamente, e o valor divide-se pelos novos títulos. Matematicamente não fará diferença para os investidores que ficam com o mesmo valor, mas dividido por mais títulos.
Mesmo não alterando o valor, a operação serve para tornar a compra de ações mais acessível a funcionários e investidores. No caso da Tesla, o prazo para ter direito a este dividendo terminou na sexta-feira e, no caso da Apple, esta segunda-feira, sendo que a procura por títulos para entrar na operação terá sido uma das razões para o forte rally. Entre o anúncio do stock split, a 30 de julho, e o fecho desta sessão, as ações ganharam 31%.
As novas ações das duas empresas começam a negociar a 31 de agosto. Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq são índices ponderados pela capitalização de mercado, o Dow Jones é ponderado pelo preço de cada ação. Ou seja, na prática nenhum dos dois primeiros é influenciado por estas operações, mas o último sofrerá o efeito do stock split da Apple, que passará a ter menos peso e, assim, a puxar menos pela totalidade do índice.
Após o fecho da sessão, o Dow Jones anunciou que o peso da Apple no índice vai cair para 20,3% (face aos anteriores 27,6%). Três novas empresas vão também ser incluídas: a Salesforce vai substituir a Exxon Mobil, a Amgen will vai entrar para o lugar da Pfizer e a Honeywell International para a posição da Raytheon Technologies. As alterações têm efeito a partir de 31 de agosto.
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