De máscaras a vacinas em tempo recorde, cinco mitos sobre a Covid-19

Desde que começou a pandemia, algumas ideias sobre a Covid-19 foram-se espalhando pela sociedade. Nem todas estão corretas, apesar de as informações estarem em constante atualização.

Desde que a pandemia surgiu, muito se diz sobre o novo coronavírus, mas nem tudo é verdade. A situação é nova e, portanto, a necessidade de saber mais é constante, mas ainda se está no período da descoberta. É já possível, no entanto, identificar alguns mitos que se espalharam sobre a pandemia.

Desde máscaras até vacinas em tempo recorde, passando pela gripe, existem várias conceções que rodeiam o vírus, como nota o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês). Ainda assim, é de sublinhar que a descoberta de novos factos sobre a doença tem vindo a alterar o que se pensava inicialmente. Até as principais autoridades de saúde recuaram em decisões e assunções que tinham feito. Existem algumas coisas, no entanto, que são consideradas certas para os especialistas.

Máscaras faciais não protegem?

As máscaras foram um dos objetos que passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia após a pandemia. A sua utilização começou por ser facultativa, mas é já obrigatória em vários sítios, nomeadamente espaços fechados, sendo que o Governo apresentou já uma proposta à Assembleia da República para que passe a ser também na via pública.

Confrontadas com esta necessidade de máscara, muitas pessoas começaram a duvidar da sua utilidade. Apesar de não serem infalíveis, já que o vírus também pode ser transmitido através dos olhos e pequenas partículas virais podem penetrar nas máscaras, estas são eficazes na captura de gotículas, que é a principal via de transmissão do coronavírus, segundo as autoridades de saúde.

Se for provável que vá estar em contacto próximo com alguém infetado, uma máscara reduz as probabilidades de transmissão da doença, de acordo com os especialistas. Para além disso, quem apresenta sintomas de coronavírus ou foi mesmo diagnosticado, protege as outras pessoas ao usar uma máscara, já que trava as gotículas que emitem.

Não é mais perigoso do que a gripe de inverno?

Muitos indivíduos que contraem o coronavírus não terão nada pior do que os sintomas da gripe sazonal, mas o perfil geral da doença, incluindo sua taxa de mortalidade, parece mais sério. No início de um surto, a taxa de mortalidade aparente pode ser sobrestimada, se muitos casos leves não forem contabilizados.

No entanto, Bruce Aylward, especialista da Organização Mundial de Saúde, que liderou uma missão internacional à China para aprender mais sobre o vírus e a resposta do país, reiterou que as evidências não sugeriam que a estimativa estava muito exagerada, segundo o The Guardian.

Ainda são necessários mais dados, mas alguns estudos apontam para uma taxa de mortalidade de aproximadamente 1%, o que tornaria a Covid-19 cerca de dez vezes mais mortal do que a gripe sazonal, que, segundo estimativas, mata entre 290 mil e 650 mil pessoas por ano em todo o mundo.

Só é fatal para os idosos, por isso os mais jovens podem relaxar?

A maioria das pessoas que não são idosas e não têm problemas de saúde subjacentes, que são os principais grupos de risco, não deverá ficar gravemente doente com a Covid-19. Porém, é possível, para além de que a doença ainda tem uma probabilidade maior de causar sintomas respiratórios graves do que a gripe sazonal e há outros fatores de risco.

Desta forma, reportar sintomas e seguir instruções de quarentena assume um papel importante por parte dos jovens, para a proteção dos mais vulneráveis ​​na sociedade e na definição da trajetória geral do surto.

Tem de estar com uma pessoa positiva por 15 minutos para ser infetado?

As diretrizes de algumas autoridades de saúde internacionais definem um contacto próximo e de alto risco como estando a menos de 1,80 ou dois metros de uma pessoa infetada, que espirra ou tosse, por 15 minutos ou mais. Contudo, é possível ser infetado com interações mais curtas ou mesmo apanhando o vírus em superfícies contaminadas, embora esta seja considerada uma via de transmissão menos comum.

Uma vacina pode estar pronta em alguns meses?

Os cientistas foram rápidos no início do desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus, ajudados pela disponibilização antecipada da sequência genética por investigadores chineses. O desenvolvimento de uma vacina viável continua acelerado, sendo que, atualmente, existem quase 200 vacinas a serem desenvolvidas, de acordo com a OMS.

No entanto, os testes adicionais necessários antes que uma vacina comercial possa ser lançada ainda são uma tarefa demorada — e essencial para garantir que até mesmo efeitos colaterais raros são detetados. Uma vacina comercialmente disponível dentro de um ano seria rápido. O diretor executivo da Agência Europeia de Medicamentos, Guido Rasi, prevê que, “se tudo correr bem”, as primeiras vacinas contra a Covid-19 devem chegar na primavera de 2021.

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