Horta Osório vai ser chairman do Credit Suisse

Após 10 anos à frente do Lloyds, o português vai ser chairman de um dos maiores bancos do mundo, o Credit Suisse. É o primeiro banqueiro não suíço a sentar-se nessa cadeira.

Money Conference/EY - 22NOV19

Foi no passado mês julho que António Horta Osório, 56 anos, anunciou que iria deixar a liderança do Lloyds Banking Group, completando um ciclo de 10 anos de liderança à frente daquele que é o maior banco comercial e de retalho do Reino Unido.

Bastaram cinco meses para que o banqueiro português com mais currículo abraçasse um novo desafio profissional: na assembleia geral de 30 de abril, os acionistas do Credit Suisse vão eleger Horta Osório para o cargo de chairman da instituição helvética, conseguindo a proeza de ser o primeiro banqueiro não suíço a ocupar essa cadeira.

A informação consta de um comunicado do Credito Suisse enviado às redações no qual Horta Osório afirma estar “muito satisfeito por ser proposto para Presidente do Conselho de Administração do Grupo Credit Suisse”.

“Estou muito motivado para continuar a desenvolver os muitos pontos fortes do grupo, em estreita colaboração com o Conselho de Administração e a equipa de gestão. Este é um momento de grandes oportunidades para o Grupo Credit Suisse, para os seus colaboradores, clientes e acionistas”, considera o banqueiro português que nos últimos 10 anos esteve à frente dos destinos do Lloyds Banking Group.

Horta Osório vai continuar nos próximos cinco meses no Lloyds para concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018. Foi em março de 2011 que o Governo inglês e o então ministro das Finanças George Osborne convidaram Horta Osório para liderar o Lloyds, numa altura em que o Lloyds comprou o HBOS e em que o Estado britânico acabou por ficar acionista da instituição com 39% do capital.

António Horta Osório conseguiu dar a volta à situação difícil do banco que, em 2017, regressou a mãos privadas, tendo o Estado britânico saído do capital com lucros.

Horta Osório vai agora rumar ao banco sediado em Zurique, depois de uma carreira em cargos de chefia em grandes bancos mundiais.

No comunicado enviado às redações, o Credit Suisse recorda as passagens pelo Citigroup em Portugal, pela Goldman Sachs em Londres e Nova Iorque e ainda os muitos anos de carreira no grupo Santander, tendo sido entre 2000 e 2006 CEO do Banco Santander Totta. Ainda no grupo da família Botín, Horta Osório foi vice-presidente do Banco Santander em Espanha e CEO do Santander UK/Abbey.

No Credit Suisse, Osório vai ocupar o lugar do banqueiro suíço Urs Rohner que chegou ao limite permitido pelos estatutos de renovação de mandatos (12 anos). Nesta dança de cadeira, ficou a saber-se esta segunda-feira que para o lugar de Horta Osório no Lloyds irá Charlie Nunn, atualmente líder da unidade de banca privada do HSBC.

Em Portugal, o banqueiro desempenha funções não executivas na Fundação Champalimaud e na Sociedade Francisco Manuel dos Santos. Na semana passada, numa conferência organizada pelo Dinheiro Vivo e pela TSF, António Horta Osório saiu em defesa de apoios públicos para debelar a crise, mas com um caráter temporário.

“É importante que os apoios corretos à economia e os próximos apoios sejam o mais possível apoios extraordinários, sejam apoios pontuais. A um efeito extraordinário da Covid deve haver resposta extraordinária”, defendeu o ainda CEO do Lloyds.

“Com tempo e a longo prazo”, o Governo deve preocupar-se com a correção das contas públicas e voltar à trajetória de descida da dívida. Algo que será agora mais facilitado pelo facto de Portugal estar a observar taxas de juro perto de zero.

Após 28 anos a desempenhar funções executivas como CEO, primeiro no Santander e depois no Lloyds, Horta Osório será, a partir de maio, chairman do Credit Suisse onde terá funções não executivas, em full time.

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