EDP conclui venda de duas centrais de gás em Espanha
Negócio "enquadra-se no reposicionamento do portfólio da EDP no Mercado Ibérico, com uma redução da exposição a produção térmica e atividades liberalizadas".
A EDP concluiu a venda à Total, anunciada em maio, de um portefólio de ativos térmicos e clientes de comercialização de energia em Espanha.
No seguimento da informação comunicada ao mercado a 18 de maio de 2020, a EDP – Energias de Portugal, S.A. (EDP) concluiu a venda à Total de um portfólio de ativos térmicos e clientes de comercialização de energia em Espanha, por um ‘enterprise value’ de 480 milhões de euros”, lê-se na nota colocada na página da CMVM.
A petrolífera francesa Total tinha anunciado em maio, em Paris, a compra à portuguesa EDP de uma carteira de 2,5 milhões de clientes residenciais em Espanha e duas centrais de gás com capacidade para 850 megawatts por 515 milhões de euros, explicando que a transação inclui cerca de 2,1 milhões de contratos de clientes da EDP Comercializadora e cerca de 400.000 da CHC, uma joint-venture entre a EDP (Energia de Portugal) e a distribuidora de eletricidade CIDE.
“O portfólio alienado inclui duas centrais a gás (Castejón I & III), com capacidade instalada de 843 MW, e a atividade de comercialização B2C em Espanha, que inclui 1,2 milhões de clientes em mercado liberalizado”, lê-se ainda na nota colocada na CMVM.
A EDP confirma ainda que chegou a acordo com a CIDE “para a aquisição por parte da CIDE da participação de 50% da EDP na CHC Energia, que deverá ser concluída em fevereiro de 2021 por um Equity Value de 35 milhões de euros”.
A transação, conclui-se na nota, “enquadra-se no reposicionamento do portfólio da EDP no Mercado Ibérico, com uma redução da exposição a produção térmica e atividades liberalizadas”.
Em maio, tinha sido anunciado que a transação ia permitir à Total tornar-se na quarta maior empresa do mercado espanhol no subsetor do gás, com uma quota de 12%.
A empresa portuguesa também vai transferir os 280 trabalhadores que fazem a gestão das atividades adquiridas pela companhia petrolífera francesa.
A operação é complementar à entrada da Total no mercado espanhol de energia solar em fevereiro último com uma carteira de projetos fotovoltaicos, na fase de desenvolvimento, de quase dois gigawatts e significa “continuar o crescimento na cadeia de valor integrado do gás e da eletricidade em Espanha”.
Por seu lado, a filial espanhola da EDP, com sede em Oviedo (norte) de Espanha, informava então, também em comunicado, que a venda dos ativos estava prevista no Plano Estratégico 2019-2022 do grupo apresentado ao mercado em março do ano passado e que previa “uma redução dos ativos de geração térmica e uma redução da exposição à volatilidade dos preços no mercado grossista”.
Segundo a energética portuguesa a operação “reforça o perfil de risco reduzido da EDP, contribuindo para aumentar o peso das atividades contratadas e reguladas a longo prazo no EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações], para acelerar a ‘desalavancagem’ financeira permitindo uma ligeira melhoria dos benefícios esperados”.
“Esta é uma excelente operação, que mais uma vez evidencia não só a qualidade dos nossos ativos, mas também a importância da nossa forte capacidade de desenvolvimento de projetos, uma vez que continuamos a criar valor e a otimizar a estratégia definida no nosso Plano de Negócios”, declarou então o presidente executivo da EDP.
De acordo com os planos da petrolífera francesa, a partir de 2021 a empresa terá 8,5 milhões de clientes de gás e eletricidade na Europa, em linha com a ambição de atingir 10 milhões até 2025.
O jornalismo continua por aqui. Contribua
Sem informação não há economia. É o acesso às notícias que permite a decisão informada dos agentes económicos, das empresas, das famílias, dos particulares. E isso só pode ser garantido com uma comunicação social independente e que escrutina as decisões dos poderes. De todos os poderes, o político, o económico, o social, o Governo, a administração pública, os reguladores, as empresas, e os poderes que se escondem e têm também muita influência no que se decide.
O país vai entrar outra vez num confinamento geral que pode significar menos informação, mais opacidade, menos transparência, tudo debaixo do argumento do estado de emergência e da pandemia. Mas ao mesmo tempo é o momento em que os decisores precisam de fazer escolhas num quadro de incerteza.
Aqui, no ECO, vamos continuar 'desconfinados'. Com todos os cuidados, claro, mas a cumprir a nossa função, e missão. A informar os empresários e gestores, os micro-empresários, os gerentes e trabalhadores independentes, os trabalhadores do setor privado e os funcionários públicos, os estudantes e empreendedores. A informar todos os que são nossos leitores e os que ainda não são. Mas vão ser.
Em breve, o ECO vai avançar com uma campanha de subscrições Premium, para aceder a todas as notícias, opinião, entrevistas, reportagens, especiais e as newsletters disponíveis apenas para assinantes. Queremos contar consigo como assinante, é também um apoio ao jornalismo económico independente.
Queremos viver do investimento dos nossos leitores, não de subsídios do Estado. Enquanto não tem a possibilidade de assinar o ECO, faça a sua contribuição.
De que forma pode contribuir? Na homepage do ECO, em desktop, tem um botão de acesso à página de contribuições no canto superior direito. Se aceder ao site em mobile, abra a 'bolacha' e tem acesso imediato ao botão 'Contribua'. Ou no fim de cada notícia tem uma caixa com os passos a seguir. Contribuições de 5€, 10€, 20€ ou 50€ ou um valor à sua escolha a partir de 100 euros. É seguro, é simples e é rápido. A sua contribuição é bem-vinda.
Obrigado,
António Costa
Publisher do ECO
Comentários ({{ total }})
EDP conclui venda de duas centrais de gás em Espanha
{{ noCommentsLabel }}