Empresas querem ver apoios no terreno e não apenas anúncios. 83% considera que ajudas são insuficientes

"Não chegam anúncios atrás de anúncios se no dia-a-dia a economia não sentir chegada desses", argumenta o presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

Apesar de saudar algumas medidas do Governo, as empresas querem ver os apoios no terreno e não apenas anúncios, reitera António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP). Segundo o mais recente inquérito da associação, 83% das empresas considera que as ajudas não chegam.

As empresas continuam assim a ter uma opinião negativa dos programas de apoio ao Estado português, sendo que, na semana de 4 de dezembro, 83% das empresas considerava que os programas de apoio estão aquém (ou muito aquém) do que necessitam. Para além disso, de forma geral, as medidas para combater a pandemia continuam a ser consideradas insuficientes ou demasiado restritivas, para 57% dos inquiridos.

Este inquérito, no qual participaram 431 empresas, já incorpora o Orçamento do Estado, mas ainda não reflete as últimas medidas apresentadas pelo Governo. Ainda assim, a expectativa da CIP é que as medidas “continuem aquém no entender dos empresários” e da própria organização, apontou António Saraiva, na apresentação do inquérito.

Para o presidente da CIP, “não chegam anúncios atrás de anúncios se no dia-a-dia a economia não sentir chegada desses” ao terreno. António Saraiva argumenta que o Governo “não pode ficar à espera de fundos comunitários”, já que é necessário “agilizar algumas soluções e antecipar algumas medidas de apoio”.

Com a pandemia, já se perderam cerca de 110 mil postos de trabalho, reitera o presidente da CIP, defendendo que se as medidas que a confederação propôs em abril e maio tivessem sido implementadas na altura se poderiam ter evitado algumas falências e salvar alguns destes postos de trabalho.

António Saraiva alerta ainda que, mesmo com a chegada da vacina, a vacinação vai decorrer ao longo de quase todo o próximo ano, sendo ainda difícil de antecipar quando se irá dissipar o “medo instalado nos consumidores” e como será a retoma. Segundo o inquérito, apenas nas grandes empresas é que a expectativa de evolução percentual de vendas para os próximos quatro meses, face ao período homólogo, é positiva, sendo muito negativa nas micro e pequenas empresas.

Quanto às próprias medidas, apesar de elogiar os avanços, nomeadamente ao incluir apoios a fundo perdido, como a CIP tinha já reivindicado em abril, António Saraiva aponta que deviam ter três critérios: serem rápidas, terem proporcionalidade e racionalidade. “Rapidez não tem tido, têm sido tardiamente lançadas, nem sempre com racionalidade e proporcionalidade de critérios e facilidade de acesso”, reitera. O presidente da CIP critica ainda a complexidade de algumas medidas, que dificulta o acesso a elas.

(Notícia atualizada às 18h05)

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