Esta semana o país volta ao confinamento. O que vai mudar?

  • ECO
  • 11 Janeiro 2021

O alívio das medidas de restrição no Natal originou um aumento exponencial de casos de infeção de Covid-19. Agora, o Governo vai decretar um novo confinamento para travar mais contágios.

Após aliviar as medidas de restrição na época do Natal, o número de casos de infeção disparou e, na opinião do Governo, dos deputados e dos especialistas, a solução é mesmo voltar apertar as medidas. Vem aí um novo confinamento, anunciou o Executivo, sem avançar ainda muitos detalhes. Tudo o que mudará só se ficará a saber esta semana mas, até lá, há algumas regras que já se sabem.

Os números da Direção-Geral da Saúde não deixam margem para dúvidas: mais de dez mil novos casos de infeção diários e mais de uma centena de vítimas mortais nos últimos dias.

O Presidente da República já admitiu que o “voto de confiança” dado aos portugueses no Natal falhou, assumindo toda a responsabilidade. Posto isso, concorda com a decisão do Governo, afirmando que “não há alternativa ao confinamento geral”. António Costa já tinha demonstrado esta intenção e acabou mesmo por confirmá-la este sábado, adiantando que será um confinamento semelhante ao de março. Contudo, as medidas a decretar ainda não estão fechadas, porque o Governo quer esperar pela reunião com os especialistas do Infarmed esta terça-feira.

Embora se desconheçam todos os detalhes, há pontos que foram sendo desvendados. Há medidas que se mantêm e outras novas. E outras que estão, à partida, que já foram descartadas. Saiba tudo o que já se sabe sobre o novo confinamento que vem aí.

Comércio na Rua Augusta - 15MAI20

Confinamento deverá começar a 15 de janeiro e vai durar 15 dias

O detalhe foi dado este sábado por André Silva, do PAN, depois de uma reunião com António Costa. O novo confinamento será “numa primeira fase de 15 dias”, disse o deputado. Contudo, de acordo com o jornal Público, se o número de casos de infeção não baixar substancialmente, as medidas poderão estender-se por mais do que duas semanas. Ainda de acordo com o Público, o novo confinamento deverá arrancar a 15 de janeiro.

Recolher obrigatório por mais tempo durante a semana

Durante uma conferência na semana passada, o primeiro-ministro afirmou que as medidas a adotar serão, “muito provavelmente”, “medidas de restrição mais elevadas, como têm sido adotadas em vários países da Europa”. E detalhou que uma delas poderá ser “estender a toda a semana” as medidas típicas do fim de semana, que incluem fecho de comércio e horas de recolher mais apertadas.

Restrições de fim de semana deverão manter-se

Se até aqui havia restrições ao fim de semana para quase todos os concelhos, com o novo confinamento estas deverão manter-se. Assim, os portugueses ficarão proibidos de andar na rua (salvo poucas exceções) a partir das 13h de sábado e domingo.

Teletrabalho mantém-se obrigatório

Como até aqui, o teletrabalho deverá continuar a ser obrigatório para as empresas que o possam praticar sem interferir na sua atividade.

Escolas não fecham

Desde que assumiu a hipótese de decretar um novo confinamento, houve um ponto em que o Governo foi assertivo desde o início. As escolas não vão encerrar, ao contrário do que aconteceu no confinamento de março do ano passado. António Costa referiu que as medidas a adotar serão “as que se adotaram em março, menos o encerramento da escolas”, uma decisão que, segundo o Público, tem a ver com o facto de dentro das escolas os alunos estarem mais seguros sanitariamente.

Restauração deve voltar a fechar. Mantém take-away

O ministro da Economia admitiu a possibilidade de encerrar a restauração e o comércio não alimentar, no âmbito do novo confinamento. À semelhança do que aconteceu na primavera, os estabelecimentos poderão, ainda assim, funcionar em regime de take-away e de entregas ao domicílio. Contudo, estabelecimentos como farmácias e supermercados continuarão abertos.

Comércio não essencial de portas fechadas

Sobre os diferentes tipos de lojas e de comércio, o Governo ainda não decidiu, como informou este sábado a ministra da Presidência. “O detalhe ao certo de cada tipo de loja e de cada tipo de comércio, se já soubéssemos, já teríamos tomado as medidas”, disse Mariana Vieira da Silva. O mesmo foi dito pela deputada do PEV, Mariana Silva, à saída da reunião com o Executivo. “Poderá haver algumas dúvidas com barbeiros, cabeleireiros e algum comércio mais essencial”, disse.

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