“Governos têm de gastar para combater as consequências da pandemia”, diz Luis de Guindos

  • ECO
  • 2 Março 2021

Quando a pandemia acabar serão necessários programas de consolidação orçamental, mas neste momento é preciso aproveitar os défices públicos e gastar recursos, segundo o vice-presidente do BCE.

O risco da subida de inflação no pós-pandemia tem aumentado os receios nos mercados financeiros, que se refletem já nos juros de longo prazo. No então, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) garante que a inflação não está a preocupar e que a instituição irá continuar a assegurar condições de financiamento favoráveis. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), Luis de Guindos avisa ainda assim que os países têm de fazer a sua parte.

“É verdade que um dos legados da crise é a subida do rácio da dívida pública para um valor mais alto do que antes da pandemia. Mas é uma consequência da política orçamental atual. Os governos têm de gastar para combater as consequências da pandemia e, depois de esta estar resolvida e a recuperação económica ganhar dinamismo, os países deverão voltar a reduzir os desequilíbrios orçamentais”, defende Guindos.

O espanhol considera que as elevadas dívidas devem ser esquecidas durante este período e quando as economias voltarem a crescer a níveis semelhantes à pré-pandemia, os países terão então de implementar programas de consolidação orçamental “sensatos”. Mas apenas quando a pandemia acabar. “Agora, o que é preciso fazer é incorrer em défices públicos, gastar os recursos corretamente e, assim que a pandemia chegar ao fim, pode-se começar a olhar para a necessidade de uma resposta responsável à situação orçamental“, refere.

O vice-presidente do BCE repete também os alertas já feitos pela presidente Christine Lagarde sobre o risco de uma retirada demasiado rápida dos estímulos orçamentais. “É importante que a retirada do estímulo orçamental seja muito gradual e realizada a par da evolução da pandemia e da economia. Uma retirada prematura do estímulo orçamental pode provocar uma desaceleração significativa da recuperação“, acrescentou em entrevista ao Público.

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