Fim das moratórias representa “grande desafio”, diz Paulo Macedo
Paulo Macedo assinala que o fim das moratórias vai representar um "desafio grande" para as empresas, defendendo que devem ser criados apoios para os setores mais afetados pela pandemia.
O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) assinala que o fim das moratórias vai representar um “desafio grande” para as empresas com maiores dificuldades financeiras e alerta que devem ser criados apoios para os setores mais afetados pela pandemia.
“As moratórias vão ser um desafio grande, designadamente para as empresas que não têm cash flow”, apontou Miguel Macedo, na conferência “As mulheres e o emprego: desta vez um debate com homens e mulheres”, promovido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) para assinalar o dia Internacional da Mulher.
O presidente executivo do banco estatal alerta que o fim das moratórias “vai ter efeitos assimétricos” nos diversos setores, dando como exemplo que se no setor da distribuição, do retalho alimentar e da construção vão conseguir superar melhor o fim deste apoio, há outros setores que se vão ressentir. Nesse sentido, Paulo Macedo considera que é “essencial” criar medidas de apoio” para os setores mais afetados.
O responsável já tinha apoiado o eventual prolongamento das moratórias, mas lembrou que é preciso, para isso, que a EBA dê orientações nesse sentido para que o setor não seja penalizado.
Portugal é dos países onde mais se recorreu à moratória, que permite uma suspensão temporárias dos empréstimos bancários, com o Banco de Portugal a reconhecer a dimensão “significativa” do crédito em moratória. Os últimos dados do supervisor davam conta de 46 mil milhões de euros de crédito ao abrigo desta medida, o equivalente a mais de 20% do crédito concedido em Portugal.
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