40% das empresas de calçado prevê suspender atividade nos próximos seis meses

Apesar de alguma recuperação nos últimos meses, 40% das empresas do cluster do calçado prevê que nos próximos seis meses tenha de proceder à suspensão das atividades produtivas.

A indústria portuguesa de calçado, que exporta mais de 95% da sua produção para todo o mundo, está à procura dos primeiros sinais de retoma. Apesar de alguma recuperação nos últimos meses, 40% das empresas do cluster prevê que nos próximos seis meses tenha de proceder à suspensão das atividades produtivas. Contudo, apenas 14% acredita que esta suspensão seja por mais de um mês, de acordo com a última edição do inquérito Covid-19 da Apiccaps.

No que respeita às encomendas, 39% das empresas de calçado indica ter encomendas para, pelo menos, dois meses de trabalho. Um valor que compara com 29% das empresas registado no início do ano. 19% das empresas refere que tem encomendas para mais de três meses, um valor que compara com 10% registado no início de fevereiro.

As dificuldades ao nível do abastecimento das matérias-primas são, por agora, a seguir à redução das encomendas internacionais (74% dos inquiridos) a maior preocupação para as empresas. Já o absentismo ronda agora os 25% (que compara com os 36% de fevereiro).

Em relação aos apoios, 51% das empresas inquiridas preveem utilizar os apoios à formação e 22% indica que estão a utilizar neste momento o mecanismo de retoma progressiva.

De acordo com a Associação Portuguesa Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos (Apiccaps), as “perspetivas para os próximos meses continuam negativas” e o ano “2021 promete ser exigente“. No Boletim Trimestral de Conjuntura editado pela associação há 20 anos, em colaboração com a Universidade Católica do Porto, concluiu-se que “com a chegada da terceira vaga da pandemia, as empresas não esperam uma alteração significativa nas tendências que marcaram o ano transato”.

Este inquérito contou com respostas de 81 empresas, que representam 18,4% do emprego e 23,1% das exportações do setor.

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