AirFrance, Emirates e TAP fazem donativos para ajudar trabalhadores da Groundforce

Cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce estão com salários de fevereiro em atraso depois de a empresa ter entrado em rutura de tesouraria. Esta quinta-feira têm uma nova manifestação marcada.

Os salários continuam em atraso na Groundforce e as dificuldades económicas agravam-se para as famílias. Os trabalhadores juntaram-se para criar um grupo solidário que está a receber donativos de colegas dentro e fora da empresa. É o caso da AirFrance, Emirates ou TAP, que fizeram donativos.

“Esta situação já ultrapassou tudo o que é o limite do razoável. Há muitas famílias que estão a passar dificuldades”, conta Luísa Borba, uma das pessoas que está a dinamizar a ajuda aos trabalhadores, nomeadamente com a entrega de bens alimentares ou no pagamento de contas. “Criámos um grupo solidário, que recebeu donativos da AirFrance e da Emirates, por exemplo. Colegas de terra e de bordo da TAP também.

A AirFrance e a Emirates pediram sigilo quanto ao montante pago, mas Luísa Borba explica que, de forma geral, há donativos de várias ordens diferentes, que vão desde apenas alguns euros até às centenas. “Não é só de fora, também há donativos dentro da Groundforce. Quando fomos ao Porto [para uma manifestação] entregaram-nos uma bolsa com 630 euros porque sabiam que a situação em Lisboa estava mais difícil”, relata.

Cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce estão com salários de fevereiro em atraso depois de a empresa ter entrado em rutura de tesouraria devido à paralisação da atividade durante a pandemia. O Governo e o acionista privado Alfredo Casimiro (dono de 50,1% da Groundforce) estiverem a negociar um acordo para que a TAP (que detém 49,9%) fizesse um novo adiantamento de serviços.

Mas a companhia aérea pedia que o empresário desse a sua participação como garantia, o que não foi possível por já estar penhorada. Com essa solução de emergência num impasse, começaram a ser transferidos 500 euros para as contas dos trabalhadores, com dinheiro que havia ainda em caixa e de apoio do lay-off entretanto recebido. Desde então, foi feita uma nova proposta — de um aumento de capital por parte da TAP — para que a empresa consiga pagar o restante montante dos salários ainda em dívida.

Para já, os trabalhadores continuarão em protesto, com uma nova manifestação marcada para esta quinta-feira. “Qualquer um de nós já poderia ter deixado de trabalhar, o que significava que não havia carga, incluindo vacinas, para as ilhas. Mas há uma grande responsabilidade social e ninguém parou. Nenhum avião ficou sem receber assistência e há muita gente que está sem dinheiro para ir trabalhar”, acrescenta Luísa Borba.

A manifestação acontece no dia em que sindicatos e acionistas vão ao Parlamento devido ao problema. A partir das 14h30, estão marcadas audições, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, com quatro estruturas sindicais, a Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling, o presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, e o presidente do do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho.

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