Internet por satélite é opção em Portugal e há ofertas a 12,90 euros por mês

Numa altura em que aceder à internet é difícil em algumas zonas do país, a Anacom veio recordar que há internet por satélite em Portugal e que algumas ofertas custam poucas dezenas de euros por mês.

Ainda são poucos, mas o número de portugueses que acedem à internet via satélite está a crescer significativamente. No final de dezembro, havia em Portugal 1.200 acessos deste tipo, um crescimento de 32,4% face a 2019 e uma subida de 78,5% entre o quarto trimestre de 2018 e o terceiro trimestre do ano passado, revelou a Anacom.

A falta de acesso à internet em algumas zonas remotas do país levou o regulador a olhar para este tipo de ofertas pouco popular no mercado de telecomunicações. A conclusão é a de que já existem ofertas competitivas, quer para clientes empresariais, quer para clientes residenciais. Estes últimos podem contratar um serviço por 12,90 euros por mês, de acordo com o levantamento feito por aquela entidade.

O acesso à rede global ganhou relevância no ano passado, por causa da pandemia. Atualmente, milhões de portugueses podem trabalhar em casa devido às redes móveis de 4G e à fibra ótica. Mas a Anacom assegura que o satélite também é uma opção. Alguns clientes parecem concordar. No segundo trimestre do ano passado, marcado pela chegada da Covid-19 ao país, o serviço de internet por satélite “registou o maior aumento em termos absolutos até ao momento”.

Instalação pode ser feita pelo cliente

Num comunicado, a Anacom esclarece que “o serviço de acesso à internet via satélite exige a instalação no exterior de uma antena parabólica de pequenas dimensões e de um router“. Algumas operadoras de internet por satélite “vendem ou alugam estes equipamentos” e a instalação pode ser feita pelo prestador ou pelo próprio cliente.

“As ofertas de acesso à internet via satélite anunciam velocidades de download até 100 Mbps e velocidades de upload até 10 Mbps. O débito de upload, que nas atuais circunstâncias (teletrabalho) ganhou uma importância acrescida, varia entre 1 Mbps e 6 Mbps, no caso das ofertas residenciais, e entre 3 Mbps e 10 Mbps, no caso das ofertas não residenciais”, sublinha o regulador presidido por João Cadete de Matos.

O português médio não conhecerá o nome das operadoras que fornecem este tipo e serviço. Entre elas estão empresas como Satélite da Sabedoria, Vivanet, SkyDSL, Greenmill ou Eutelsat. Esta última é bastante recente e começou a operar no país a 29 de março deste ano (ou seja, há uma semana), de acordo com dados da Anacom.

Quanto às ofertas em concreto, no plano residencial, a Eutelsat oferece internet com 30 Mbps de download e 5 Mbps de upload, sem custos de instalação. A empresa cobra 49 euros pela ativação e a mensalidade é de 22,99 euros nos primeiros 24 meses, passando, depois, a 29,99 euros. O tráfego é ilimitado, segundo a Anacom.

A oferta com a prestação mensal mais barata para clientes residenciais, de acordo com a Anacom, é a da SkyDSL. A empresa cobra 12,90 euros por mês por um serviço de internet por satélite com 18 Mbps de upload e 1 Mbps de download. O aluguer do equipamento custa 4,90 euros por mês e tem um custo inicial de 69,9 euros (mas pode ser adquirido por 19,90 euros mais 19,90 euros durante 24 meses). A empresa cobra ainda 29,90 euros pela ativação e o plafond é de 8 GB.

Ofertas para segmento residencial

Fonte: Anacom (Notas de 1-10 podem ser consultadas no site do regulador).

Starlink de Elon Musk faz testes em Portugal

Mas há uma operadora no setor cujo nome poderá chamar a atenção de alguns portugueses: trata-se da Starlink, a empresa de internet por satélite da SpaceX, fundada pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk (patrão da Tesla).

Segundo a Anacom, a Starlink já esta a fazer testes em Portugal com a sua rede de satélites de órbita baixa. O regulador recorda ainda que, em 2020, foram lançados cerca de 1.085 pequenos satélites, dos quais 773 pertencem à Starlink.

“A internet via satélite contribuirá para atender ao problema do acesso à internet em áreas rurais ou remotas e em pequenas cidades onde a infraestrutura de fibra ótica é inexistente”, conclui a Anacom.

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