“Portugal é o dador universal a nível europeu de profissionais na área tecnológica”, diz Alexandre Fonseca

Para o líder da Altice Portugal, as universidades portuguesas têm feito um enorme esforço de capacitação dos estudantes e é graças a elas que o talento português está espalhado pelo mundo.

A Europa tem um défice de cerca de um milhão de profissionais na área tecnológica e, em Portugal, apenas 2% da população ativa está empregada nas áreas da Tecnologia da Informação (TI). Ainda assim, o país tem hoje profissionais espalhados por várias multinacionais no setor tech e está a atrair empresas desta área graças ao talento português.

“Portugal é o dador universal a nível europeu de profissionais na área tecnológica”, afirma Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, durante as “Conversas pelo futuro da sociedade”, desta vez sobre educação. “Estamos a abastecer a cadeia internacional global de competências digitais, fruto do trabalho das universidades portuguesas”, continua. Para o líder da Altice Portugal, a base da revolução tecnológica pela qual estamos a passar é o conhecimento e, nesse aspeto, considera que Portugal está muito bem preparado.

“Estamos tão bem ou melhor preparados que os outros países. O ensino superior, quer universidades, quer politécnicos, tem feito um enorme esforço no sentido de capacitar, não apenas nas áreas técnicas e na tecnologia, mas também no digital”, refere. Apesar de a pandemia ter levado as escolas para dentro de casa dos alunos, em certas alturas até de forma 100% remota, Alexandre Fonseca acredita que precisamos de, não apenas uma escola remota, mas uma escola digital.

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Mais do que computadores, internet e ferramentas, “a tecnologia é fundamental a construir o futuro”, refere Margarida Mano, vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e ministra da Educação e Ciência do XX Governo Constitucional. “A relação entre aluno, professor e conhecimento é muito importante, e nessa relação a tecnologia é crucial”, acrescenta a convidada da segunda conversa deste ciclo promovido pela Altice. Pode introduzir mudanças na metodologia da educação e da própria aprendizagem.

“A inteligência artificial permite-nos hoje aumentar progressivamente o nível de complexidade dos exercícios, em tempo real, de acordo com o nível de evolução do aluno”, permitindo que cada estudante aprenda a um determinado ritmo e que o sistema de aprendizagem o acompanha, exemplifica Alexandre Fonseca. “Temos tendência a pensar que tecnologia na educação é um comutador, mas é muito mais do que a conectividade e a capacidade de levar a internet à escola. É a tecnologia que poderá estar ao serviço da transformação”, diz.

Mergulhar na revolução tecnológica, acompanhar a mudança

Nesse sentido, tanto o líder da Altice Portugal como a vice-reitora da UCP acreditam que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, que prevê a compra de 260 mil computadores para alunos e professores e que vai ter um investimento total de 500 milhões de euros, é fundamental, mas que a transformação no ensino ultrapassa os computadores ou o dinheiro investido. “Há um após o PRR, a tecnologia muda a uma velocidade feroz. É preciso enraizar algo mais perene, que perdure no tempo e beneficie as várias gerações do futuro”, considera Alexandre Fonseca.

As competências requeridas mudam, as tecnologias também, nem mesmo as profissões vão ser as mesmas daqui a uns anos. A escola tem a responsabilidade de preparar os alunos para o futuro. Não pode antecipar factos, mas pode “antecipar princípios, e são esses que têm de estar muito presentes da educação”, afirma Margarida Mano. “A escola percebeu que pode funcionar fora da sala de aula” e que as salas de aula podem ser em qualquer lugar, na natureza ou até mesmo internacionalmente, por exemplo. “Nós temos de ter a consciência que é isso pode acontecer”, continua.

Por outro lado, a vice-reitora da UCP destaca o princípio da colaboração e da rede como “absolutamente essencial” para o futuro. “Temos uma cocriação de conhecimento permanente”, diz, acrescentando que a questão da “sociedade humanista” é também central na educação dos jovens. E isto mesmo que “o futuro seja ter uma Sophia humanoide como professora”, remata.

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