Travão da Janssen coloca em dúvida 14% das vacinas para Portugal. EMA só avalia vacina na próxima semana

Portugal esperava, no total, 8,8 milhões de doses de vacinas entre abril e junho. Dessas, 1,25 milhões eram da Janssen, sobre a qual a EMA vai emitir uma recomendação na próxima semana.

De momento, 14% das vacinas que estavam previstas chegar a Portugal no segundo trimestre deste ano estão a aguardar novos avanços. Em causa está a decisão do laboratório Janssen, do grupo Johnson & Johnson (J&J), que decidiu adiar proativamente o lançamento, na Europa, da sua vacina contra a Covid-19. O regulador europeu dos medicamentos vai decidir sobre esta vacina na próxima semana.

Portugal esperava, no total, 8,8 milhões de doses de vacinas entre abril e junho, segundo disse o coordenador da task force do plano de vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo. De momento, há 1,25 milhões de doses que estão em dúvida (cerca de 14% do total). Ou seja, se não houver mais nenhum problema com as outras três farmacêuticas (Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca), Portugal tem garantidas 7,55 milhões de doses de vacinas no segundo trimestre deste ano.

As doses que estão em dúvida correspondem às doses da Janssen. Esta semana chegariam a Portugal 30 mil doses, mas depois do adiamento na Europa, o Infarmed confirmou que não iriam chegar a Portugal. “As primeiras doses desta vacina chegariam a Portugal esta semana, mais concretamente na próxima quinta-feira, tendo o país já sido notificado do adiamento. Portugal, através do Infarmed, e a Agência Europeia de Medicamentos encontram-se a acompanhar o desenvolvimento destes acontecimentos, pelo que a informação será atualizada assim que se justifique”, avançou o Infarmed ao ECO.

Além das 30 mil doses que ficaram comprometidas, não se sabe ainda quando será retomada a distribuição, pois a empresa não avançou ainda nenhuma data. Por isso, ainda não se sabe ao certo o que acontece às 1,25 milhões de doses previstas desta vacina.

A iniciativa da Janssen de suspender a distribuição na Europa surge no seguimento de uma suspensão momentânea da administração desta vacina por parte regulador de medicamentos dos Estados Unidos e do Center for Disease Control and Prevention (CDC).

Esta suspensão foi decidida após terem sido notificados seis casos raros de coágulos sanguíneos, em mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 48 anos, 6 a 13 dias após a vacinação, e tem como finalidade o estudo mais aprofundado dos referidos casos. De notar que, nos Estados Unidos já foram dadas cerca de 7 milhões de doses deste fármaco.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, em inglês) já se encontra a investigar o caso, mas “atualmente não está claro se há uma associação causal entre a vacinação com a vacina Covid-19 da Janssen e essas condições”. “A EMA comunicará assim que a avaliação tiver sido concluída”, adiantou o regulador em resposta à Lusa. Entretanto, também esta quarta-feira, o regulador veio anunciar, em comunicado, que “espera emitir uma recomendação na próxima semana” sobre o tema, sublinhando que os benefícios continuam a superar os riscos.

(Noticia atualizada com o comunicado do regulador europeu às 15h14)

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