DBRS prevê início da retoma na UE no curto prazo, mas aceleração só em finais de 2021
Segundo a DBRS, “quer a procura interna, quer a externa deverão propiciar a retoma, com a procura acumulada a dar um forte impulso, devido à poupança acumulada”.
Após um fraco início de ano, a DBRS prevê a curto prazo o início da recuperação económica da zona euro e uma aceleração ao longo do ano 2021, acompanhando o crescente ritmo de vacinação e a reabertura da economia.
“A DBRS Morningstar espera que a economia na zona euro recupere e acelere ao longo de 2021, à medida que avança a implementação dos planos de vacinação, reduzindo os internamentos hospitalares e permitindo a reabertura da economia, e os apoios fiscais e monetários se mantêm”, lê-se numa nota de análise divulgada esta terça-feira pela agência canadiana.
Segundo a DBRS, “quer a procura interna, quer a externa deverão propiciar a retoma, com a procura acumulada a dar um forte impulso, devido à poupança acumulada”. O início da implementação dos planos de recuperação dos vários governos “também deve impulsionar o crescimento”.
Ainda assim, a agência canadiana considera que “os riscos de novos atrasos ou retrocessos na contenção da pandemia continuam altos”. “Uma terceira vaga de novos casos de covid-19 obrigou recentemente a um endurecimento ou extensão das medidas de contenção do vírus em várias grandes economias, incluindo a França, Itália e Alemanha, atrasando a recuperação económica no curto prazo. Adicionalmente, devido a restrições a nível do abastecimento, a campanha de vacinação na União Europeia (UE) tem sido lenta, o que pode também atrasar a reabertura das economias”, nota.
Até meados de abril deste ano, refere, a parcela da população da UE que recebeu pelo menos uma dose de vacina estava próxima dos 17%, abaixo do Reino Unido e dos EUA. “Tal como destacamos nas nossas anteriores previsões, a recuperação económica tem sido acidentada e altamente dependente da evolução do vírus. Os casos de infeção em alguns países europeus aumentaram no final de 2020, o que levou ao regresso de algumas restrições mais rígidas. Os dados mostram que a atividade económica da zona euro no quarto trimestre de 2020 enfraqueceu e o PIB [Produto Interno Bruto] real diminuiu 0,7% no trimestre”, sustenta a DBRS.
Segundo a agência, “a contração no quarto trimestre refletiu parcialmente uma desaceleração algo mecânica, após uma recuperação mais forte do que o esperado no terceiro trimestre em algumas zonas da Europa”. Pela positiva, a DBRS Morningstar nota que “a contração no quarto trimestre foi menos intensa do que o esperado e em grande medida resultante de uma quebra no consumo privado e nas exportações líquidas”.
Recentemente, a agência diz ter-se tornado também “evidente uma divergência entre o setor dos serviços e o setor industrial”, com alguns serviços a continuarem a ser “severamente afetados pelas restrições e encerramentos”, enquanto a atividade industrial está “a recuperar, em parte suportada por uma procura externa mais forte”. Já o impacto da crise no desemprego “continua contido, graças aos apoios públicos”, com a taxa de desemprego da zona euro a aumentar “apenas moderadamente”, de 7,3% em fevereiro de 2020 para 8,3% em fevereiro de 2021.
Contudo, os dados mais recentes apontam para uma nova deterioração das condições do mercado de trabalho, prevendo o Banco Central Europeu (BCE) que a taxa de desemprego na zona euro suba até aos 8,6% este ano, antes de recuar para 8,1% em 2022.
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