Polopique, JF Almeida e parceria entre Mundifios e Lameirinho interessados na Coelima
O futuro da têxtil Coelima pode passar pelas mãos de investidores locais e já existem potenciais interessados, entre eles está a Polopique, JF Almeida e uma parceria entre Mundifios e Lameirinho.
As têxteis Polopique, JF Almeida e uma parceria entre a Mundifios e a Lameirinho são os potenciais interessados em adquirir a Coelima, apurou o ECO. A empresa vimaranense já viu o tribunal aceitar o processo de insolvência, que terá como administrador Pedro Pidwell, sendo que o futuro da Coelima, que conta com quase um século de história, deverá passar pelas mãos de investidores locais.
A empresa têxtil Coelima, agora insolvente, tem um passivo de 29,5 milhões de euros, avançou esta quinta-feira o Público. Dívidas à banca, a fornecedores e até a empresas irmãs do grupo Moretextile, do qual faz parte, explicam esse montante.
O pedido de insolvência, que identifica 250 credores, já foi entregue no Tribunal de Comércio de Guimarães e já há sentença. “No Tribunal Judicial da Comarca de Braga, Juízo de Comércio de Guimarães – Juiz 1, no dia 21-04-2021, pelas 22:57 horas, foi proferida sentença de declaração de insolvência da devedora/insolvente Coelima”, de acordo com o anúncio de publicidade de sentença e citação de credores e outros interessados.
Ainda de acordo com a decisão do tribunal “não foi declarado aberto o incidente de qualificação da insolvência, uma vez que não existem elementos que assim o permitam com caráter pleno”.
A Coelima assumiu o compromisso perante este Tribunal de, “no prazo de 30 dias após a sentença que decrete” a sua insolvência, apresentar “um plano de insolvência que preveja a continuidade da exploração da empresa pela Coelima”.
De acordo com a Lusa, entre os credores, “existem dois particularmente expressivos”: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto, “representam aproximadamente 80% do total do passivo extra do grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020”.
O banco detém 42% do passivo, mais de 8,5 milhões de euros, enquanto o FACCE representa 38% do passivo, mais de 7,8 milhões de euros.
“As dificuldades em que se encontra a Coelima residem, essencialmente, na insuficiência de fluxos operacionais gerados para fazer face ao passivo corrente da sociedade, em face da incerteza global que emergiu com o alastramento da crise pandémica e das consequentes restrições na atividade comercial dos principais mercados onde a Coelima e os seus clientes operam”, diz a Petição Inicial, datada de 14 de abril, a que a Lusa teve acesso.
Pedro Pidwell foi nomeado gestor da insolvência e o prazo para a reclamação de créditos foi fixado em 30 dias. Pedro Pidweel está ligado a processos de grandes empresas, como é o caso da Soares da Costa e Ricon, com o objetivo de apresentar um plano de recuperação.
A Coelima anunciou a semana passada que pediu insolvência, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito covid-19”. Todavia, o Ministério da Economia disse ao ECO que o Banco Português de Fomento não recebeu qualquer pedido da Coelima para ter acesso às linhas Covid-19.
A têxtil Coelima, fundada em 1922, conta com 250 trabalhadores e integra o grupo MoreTextile que, em 2011, resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.
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