Banco de Fomento não recebeu qualquer pedido da Coelima para ter acesso às linhas Covid

A Coelima diz que entrou em insolvência devido às quebras de vendas superiores a 60% e por não ter visto aprovadas as linhas de crédito à Covid-19. Governo desmente.

A Coelima avançou com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia que provocou uma forte redução das vendas superior a 60%. A empresa disse à Lusa que “procurou diferentes alternativas para prosseguir a atividade, entre elas as candidaturas apresentadas às várias linhas de crédito Covid-19, mas que até à data não foram aprovadas”. No entanto, o Ministério da Economia desmente e adiantou ao ECO que “não recebeu qualquer pedido de acesso às linhas Covid-19 pela Coelima”.

“Não deu entrada qualquer operação da Coelima no grupo Banco Português de Fomento no âmbito das linhas Covid-19. A apresentação à insolvência foi feita pela própria empresa”, garante ao ECO, o gabinete do ministro da Economia, Pedro Siza Viera, que tutela o Banco de Fomento.

A têxtil Coelima, fundada em 1922, conta com 250 trabalhadores e integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital. Para o coordenador do Sindicato Têxtil do Minho, Francisco Viera, esta insolvência “é colocar a empresa nas mãos dos credores”.

De acordo com fonte oficial da têxtil, após “todos os esforços realizados, a empresa decidiu apresentar insolvência de forma a minimizar os impactos nos vários stakeholders, nomeadamente dos colaboradores, mas destaca que “os colaboradores têm todos os salários em dia”. Uma informação confirmada pelo dirigente do Sindicato Têxtil do Minho.

Apesar dos salários da têxtil Coelima estarem em dia, o dirigente do Sindicato Têxtil do Minho diz que está em causa “a perturbação da vida dos colaboradores”.

Fonte oficial da empresa disse à Lusa, que pretende, conforme previsto na lei, apresentar um plano de recuperação aos credores no prazo de 30 dias.

Para o sindicalista esta notícia “caiu que nem uma bomba” e que não se entende o porquê desta insolvência, até porque “o têxtil lar e os mercados estão a trabalhar bem e não há capacidade de resposta para as encomendas. A indústria está a trabalhar aos fins de semana para satisfazer o volume de encomendas”, refere Francisco Viera com descontentamento.

JMA vai ser vendida à Felpinter

O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho, Francisco Viera confirmou ao ECO que a JMA Felpos vai ser vendida à Felpinter, empresa localizada em Santo Tirso que pertence ao empresário Rui Teixeira. O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho adianta que “o negócio estava para ser concretizado a 13 de abril, mas não chegou a acontecer”. Todavia, destaca que o processo de venda “está em curso”, que a negociação “está a correr bem” e que “são melhores notícias que a Coelima”.

O sindicalista diz que a JMA poderá ser vendida por quatro milhões de euros, embora destaque que é uma informação que ainda não está confirmada. Francisco Viera refere ainda que o principal credor da JMA é o BCP e que será uma operação onde o banco estará envolvido.

Francisco Viera refere ainda que a Felpinter vai adquirir os equipamentos da JMA, o negócio, assumir os trabalhadores, a marca JMA e adquirir todos os imóveis. Os 210 colaboradores da JMA vão transitar para a têxtil de Santo Tirso.

Questionado se a António Almeida & Filhos, que pertence ao grupo MoreTextile, também poderá ser vendida, o coordenador do Sindicato Têxtil do Minho diz que para já essa opção não está em cima da mesa, mas salienta que “a filosofia das empresas que têm como acionista o capital de risco ECS Capital é preparar as empresas para vende-las ao mercado, não é para as levar a uma situação de insolvência com está a acontecer na Coelima”, explica Francisco Viera

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