Pedro Nuno Santos diz que TAP enviou “carta de conforto” a 6.240 trabalhadores que não vão sair

Numa altura em que há 500 trabalhadores da TAP em vias de serem despedidos, o ministro Pedro Nuno Santos contrapôs que 6.240 receberam uma "carta de conforto" a garantir os seus empregos.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, avançou numa entrevista que 6.240 trabalhadores da TAP receberam “uma carta de conforto a dizer que, neste momento, não está em causa a sua permanência na empresa”. Isto numa altura em que estão identificados cerca de 500 para um despedimento coletivo.

Em entrevista à SIC Notícias, o ministro não negou que possa haver pressão na TAP para a saída dos trabalhadores: “Acompanho o processo e a verdade é que estamos a passar por uma situação complexa, muito difícil — e, em primeiro lugar, para os trabalhadores — e é natural que um processo que visa a redução de efetivos não seja um processo fácil e que ele seja interpretado de forma muito diferente pelos trabalhadores”, reconheceu.

Foi nesse contexto que foram enviadas as respetivas cartas de conforto. No entanto, “neste momento, há um conjunto de perto de 500 trabalhadores identificados para o processo de despedimento coletivo”, disse Pedro Nuno Santos, que avisou que “obviamente ainda há tempo para poderem optar pelas medidas voluntárias que tinham sido apresentadas antes”. Um número que, de resto, já era conhecido.

TAP está “entre a espada e a parede”

Para o ministro da tutela, não são só os trabalhadores que estão “entre a espada e a parede”. “A verdade é que a empresa está entre a espada e a parede”, indicou. “O despedimento coletivo é uma necessidade que se enquadra num plano de reestruturação”, plano esse que ainda está a ser negociado com a Comissão Europeia. “As negociações estão a correr bem”, assegurou, recordando que Bruxelas tem muitos dossiês em mãos, sugerindo, assim, que esse é o motivo da delonga neste processo.

A TAP, companhia aérea nacional, apresentou esta semana prejuízos de 1.230 milhões de euros relativos ao exercício do ano de 2020, em que a empresa transportou menos 74% de passageiros do que em 2019, por causa da pandemia. Comentando os resultados financeiros da empresa, Pedro Nuno Santos, na mesma entrevista, assegurou que “não há nenhuma particularidade com a TAP no panorama europeu” e indicou que, no caso de outras companhias congéneres na Europa, de dimensões muito superiores, “os prejuízos foram todos a rondar os 7.000 milhões de euros”.

Questionado sobre quem vai ser o próximo presidente executivo da TAP, Pedro Nuno Santos escusou-se a fazer comentários, mas indicou que “nas próximas semanas” os órgãos sociais serão conhecidos. Para já, está afastada a hipótese da continuidade de Ramiro Sequeira, que ocupa o cargo atualmente de forma interina. É intenção do Executivo que a equipa que vai implementar o plano de reestruturação seja diferente daquela que o concebeu. “Como aconteceu na Caixa Geral de Depósitos”, atirou o governante, na semana em que o banco público concluiu com sucesso a sua reestruturação.

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