Esmagadora maioria das empresas tem que aceitar prazos de pagamento para manter carteira de clientes
A grande maioria do tecido industrial português (79%) tem que aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados. Neste campo, as PME estão numa situação pior que as grandes empresas.
Grande parte do tecido industrial português (79%) tem que aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados para poderem manter as suas carteiras de clientes, de acordo com o estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal do Crédito y Caución e Iberinform. PME são as mais castigadas.
O estudo revela pior comportamento nas PME em relação às grandes: 39% das grandes empresas tiveram de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados face a 49% no segmento das PME empresas. Este comportamento está relacionado com o aumento dos problemas de liquidez do tecido empresarial.
O melhor comportamento regista-se no setor público. Apenas 14% das empresas que têm relações comerciais com a administração pública têm que aceitar uma extensão dos prazos de pagamento. A capacidade dos profissionais liberais para impor prazos de pagamento também se situa nos 23%.
De acordo com o estudo, 14% do tecido produtivo teve que trabalhar em 2020 com prazos superiores a 90 dias quando há um ano 33% das empresas portuguesas esperava ter que suportar esses prazos de pagamento por causa de problemas de liquidez. No entanto, para 2021, 18% do tecido empresarial prevê trabalhar com prazos superiores a 90 dias, o que representa um agravamento dos prazos nos seus créditos comerciais.
Apenas 41% das empresas opera com os prazos inferiores a 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 de transposição da Diretiva Europeia de medidas de luta contra os atrasos de pagamento nas transações comerciais.
Os atrasos nos pagamentos devem-se essencialmente à falta de disponibilidade de fundos (77%) e ao atraso intencional dos clientes (45%). A complexidade dos procedimentos de pagamento (12%), a emissão de faturas incorretas (5%) ou as disputas quanto à qualidade dos bens e serviços fornecidos (1%) completam os motivos apresentados pelos clientes para atrasar os seus pagamentos.
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