Novo Banco vai ser acionista do grupo de Luís Filipe Vieira em agosto

Vence em agosto um empréstimo obrigacionista da Promovalor no valor de 160 milhões de euros. Títulos de dívida vão converter-se em ações da empresa de Vieira e que ficarão na posse do banco.

O Novo Banco vai passar a ser acionista da Promovalor, de Luís Filipe Vieira, a partir de agosto deste ano, depois de vencerem os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) de 160 milhões de euros detidos pelo banco.

“É este ano que se vence [este empréstimo obrigacionista] e que se vai processar a operação”, revelou Vieira na comissão de inquérito ao Novo Banco.

Com as VMOC, os títulos de dívida transformam-se em ações de determinada empresa caso não haja possibilidade de reembolso do empréstimo obrigacionista. É o que vai acontecer na Promovalor dentro de poucos meses.

O empresário e presidente do Benfica adiantou que esta operação é necessária para o banco poder reaver o dinheiro dos títulos de dívida através das receitas que forem geradas pelo fundo Promoção e Turismo, gerido pela C2 Capital Partners, e que ficou com a dívida contraída pela Promovalor junto do Novo Banco.

O fundo, que ficou a gerir ativos imobiliários de Luís Filipe Vieira em Portugal, Espanha, Brasil e Moçambique, vai ter de gerar receitas na ordem dos 380 milhões de euros para poder pagar tanto a dívida da Promovalor (220 milhões) e compensar o Novo Banco pelas VMOC de 160 milhões, de acordo com as contas do deputado da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo.

Porém, segundo a operação de reestruturação negociada com o Novo Banco em 2017, a Promovalor só terá direito a pagamentos deste fundo quando a dívida de 220 milhões for saldada. Ou seja, o pagamento das VMOC só acontecerá depois de liquidada esta primeira dívida.

“Se for cumprido aquilo que ficou acordado, haverá dinheiro para toda a gente”, assegurou Luís Filipe Vieira.

O presidente do Benfica disse, porém, que o banco demorará entre 10 a 15 anos a recuperar os financiamentos pois os projetos imobiliários em causa demoram tempo a ser desenvolvidos e a gerarem receitas.

(Notícia atualizada às 20h02)

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