Portugal é dos países mais expostos ao risco de incumprimento com fim das moratórias, alerta a Moody’s

A Moody's avisa que os empréstimos bancários que ainda estão sob moratória apresentam maior risco de incumprimento e que o sistema bancário português é dos que está mais exposto a esse problema.

A Moody’s alerta que os empréstimos há mais tempo sob moratória têm maior probabilidade de entrar em incumprimento, com particular destaque para países como Itália, Chipre, Portugal e Hungria.

“Esperamos que os empréstimos problemáticos aumentem na maioria dos países da União Europeia, à medida que os apoios governamentais são reduzidos”, começa por dizer Bernhard Held, autor do relatório, citado num comunicado.

O também vice-presidente e senior credit officer da Moody’s acrescenta: “Os restantes empréstimos que beneficiam de moratória serão os principais focos de potencial deterioração de crédito, porque têm mais probabilidade de serem de qualidade mais fraca do que os que retomaram os pagamentos mais cedo.”

A Moody’s recorda que a moratória autorizada pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) abrangeu quase 900 mil milhões de euros em empréstimos. Contudo, por causa dos apoios orçamentais implementados por vários governos, muitos empréstimos saíram desse regime, deixando “menos de 320 mil milhões de euros” em moratória no final de 2020.

O problema é que, para a agência de rating, a redução não está distribuída de forma equilibrada ao longo dos vários sistemas bancários. E Portugal está particularmente exposto a este fator de risco.

“Medidos pela cobertura de empréstimos com moratória ativa e outras exposições com qualidade de crédito deteriorada através de provisões para perdas com empréstimos, os sistemas bancários do Chipre, Itália e Portugal parecem mais vulneráveis a um desempenho mais fraco em 2021″, conclui a agência.

Está previsto que as moratórias públicas acabem a 30 de setembro de 2021. Este mês, o Governo português confirmou que está a estudar uma solução para dar “alguma carência” nas moratórias aos setores mais afetados pela crise da pandemia.

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