BCP tem 8 mil milhões em moratórias. Vê risco em 9%

Fim das moratórias privadas em março não tiveram um "impacto significativo no crédito vencido" do BCP, segundo o CEO Miguel Maya. Banco reforçou imparidades e rácios de cobertura como prevenção.

O BCP tem atualmente 8 mil milhões de euros em créditos em moratórias, dos quais 91,3% são crédito em cumprimento. O banco liderado por Miguel Maya vê, no entanto, risco em 8,7% destes empréstimos, razão pela qual reforçou as imparidades e provisões no primeiro trimestre do ano.

Dos 8.018 milhões de euros em moratórias, a maior parte (4.597 milhões de euros) dizem respeito a empresas, enquanto os restantes 3.421 milhões são de famílias. De acordo com os resultados apresentados esta segunda-feira, 67% do crédito com moratórias ativas está coberto por hipotecas (46% por hipotecas residenciais e 21% por hipotecas comerciais).

O CEO Miguel Maya explicou, na conferência de imprensa de apresentação das contas, que o banco está a contactar, “diariamente, centenas de clientes para encontrar soluções para cada caso” de risco. Além das imparidades terem sido reforçadas “de forma expressiva” para um total de 242,8 milhões de euros, o gestor sublinhou ainda o “aumento dos rácios de cobertura em mais de 10 pontos percentuais para 65%” que reflete a “postura prudente” face a estes créditos.

Fonte: relatório trimestral do BCP

Face ao final do ano passado, houve uma redução de 17% do montante em moratórias, sendo que as novas adesões a moratórias foram de 252 milhões no primeiro trimestre de 2021 (55% nas famílias e 45% em empresas). Ao longo deste período, em março, chegaram ao fim as moratórias privadas, que o CEO avançou não terem tido “impacto significativo no crédito vencido”.

“A banca e o BCP tiveram um papel determinante na resiliência da economia portuguesa. As moratórias não são uma bomba relógio, são um escudo protetor para garantir que a liquidez está na economia e tiveram um contributo absolutamente decisivo”, diz Miguel Maya, apontando igualmente o papel das linhas de crédito com garantias do Estado.

Nestas linhas Covid-19, o BCP diz ter a liderança face às restantes instituições financeiras. Além de ter aprovado 19.161 operações representativas de 2.498 milhões de euros em crédito (mais de dois terços a pequenas e médias empresas), o banco decidiu a prorrogação dos períodos de carência de capital nas operações de crédito com garantias públicas por forma a apoiar os ciclos de tesouraria das empresas.

Fonte: relatório trimestral do BCP

(Notícia atualizada às 18h35)

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