Crédito ao consumo dispara em março à boleia do financiamento para automóveis

Em março, os portugueses pediram 538 milhões de euros aos bancos e financeiras em créditos ao consumo. Um aumento face ao mês anterior, quando o montante se ficava pelos 387 milhões de euros.

O crédito ao consumo acelerou em março, pela primeira vez em seis meses. No terceiro mês do ano, e numa altura em que o país começou, gradualmente, a desconfinar, as instituições financeiras concederam aos portugueses um total de 538 milhões de euros. Muito deste crédito foi concedido para a compra de automóveis, tanto novos como usados.

Num mês em que o Governo deu autorização para se efetivar uma gradual reabertura de várias atividades económicas e em que os stands automóveis tiveram a permissão para, a partir de 15 de março, voltarem a operar, os portugueses pediram às instituições financeiras o montante de 205 milhões de euros para financiamento automóvel, fossem novos ou usados, mostram dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Estamos perante um valor que se encontra consideravelmente acima dos cerca de 133 milhões de euros pedidos pelos portugueses para esta finalidade no mês anterior. Está, assim, em causa uma subida na ordem dos 54,0%. Porém, olhando para o montante contratualizado em março do ano passado, vemos que este era, ainda assim, superior (208 milhões de euros).

Fonte: Banco de Portugal.

A subida dos valores concedidos aconteceu nas diferentes tipologias de financiamento automóvel, tanto para veículos novos, como para usados. A modalidade de locação financeira ou ALD (Aluguer de Longa Duração) registou aumentos de 59,3% e de 59,4% face ao mês anterior, dependendo se estavam em causa automóveis novos ou usados, respetivamente. No caso dos contratos com reserva de propriedade e “outros”, as subidas foram de 62,2% (veículos novos) e de 51,2% (veículos usados) em comparação com fevereiro.

Esta tendência teve influência no acréscimo que existiu, também, ao nível dos montantes contratualizados pelos consumidores de forma genérica, que atingiram em março o valor mais alto desde outubro de 2020. Considerando todas as finalidades de crédito ao consumo, o montante cresceu, no terceiro mês do ano, para os 538.126 mil euros. Uma subida significativa, na ordem dos 38,9%, face aos valores registados em fevereiro deste ano (387.305 mil euros). Mas em comparação com o período homólogo, está em causa uma quebra na ordem dos 2,8% nos montantes contratualizados para fins de consumo, pois em março do ano passado esse montante fixava-se nos 553.638 mil euros.

Olhando para os diferentes tipos de crédito pessoal, vemos que, em comparação com o mês de fevereiro, foi pedido mais dinheiro para fins de educação, saúde, energias renováveis ou locação financeira de equipamentos, valor que se fixou nos 8.552 mil euros – um aumento de 41,1%. Já no que toca aos outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades), o montante requisitado aumentou 31,6% de um mês para o outro, para os 240.111 mil euros.

Uma tendência crescente regista-se, também, ao nível dos valores disponibilizados em cartões de crédito, que subiram em março face aos 65.678 mil euros de fevereiro. Assim, os portugueses pediram aos bancos 84.337 mil euros no terceiro mês do ano, aumento na ordem dos 28,4%. Porém, comparando com o período homólogo, em que esse montante foi de 77.798 mil, a subida foi menos significativa (8,4%).

(Notícia atualizada às 11h46 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Crédito ao consumo dispara em março à boleia do financiamento para automóveis

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião