Pedro Alves abre a porta à Mutualista. “Nunca virei a cara a nenhuma solução” no Montepio

CEO do Montepio Crédito sempre disse presente aos desafios no Grupo Montepio. Pedro Gouveia Alves não vira, por isso, a cara à corrida à liderança da Mutualista, mas ainda não há uma decisão tomada.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) vai a eleições no final do ano. Já tem um candidato assumido, Virgílio Lima, mas dificilmente esta será uma corrida solitária rumo à renovação do mandato. Outros se perfilam para o desafiar, podendo surgir não um mas dois adversários: Miguel Coelho, candidato de um grupo de associados que se opôs a Tomás Correia, mas também pode haver uma lista encabeçada por quadros do Montepio, com Pedro Gouveia Alves a emergir como uma opção. Ao ECO, não antecipa uma decisão, mas não fecha a porta a fazer parte da solução para os desafios que são precisos ultrapassar.

“Nunca virei a cara a nenhuma solução no Grupo Montepio”, diz em entrevista ao ECO, quando questionado se pode vir a fazer parte da solução para a liderança da Mutualista. “Sempre que fui convidado a fazer parte de soluções dentro do Grupo Montepio, sempre disse que sim. E disse sempre presente, já lá vão 22 anos”, remata o CEO do Montepio Crédito.

"Sempre que fui convidado a fazer parte de soluções dentro do Grupo Montepio, sempre disse que sim. E disse sempre presente.”

Pedro Gouveia Alves

CEO do Montepio Crédito

E o que o pode motivar são os desafios que a AMMG enfrenta. “A AMMG tem um conjunto de desafios que muito seguramente nós vamos conseguir ultrapassar“, diz, confiante. Quando diz nós, fala no Grupo. “Todos. O Grupo todo. Eu sou uma parte do Grupo”, esclarece o responsável pela entidade de financiamento especializado do Banco Montepio.

Mas seria natural, tendo em conta essa empenho em ajudar a AMMG, lançar-se na corrida à liderança? “Não vou dizer que seja natural. Não vou antecipar aqui nenhuma decisão”, remata, deixando um “vamos ver…” relativamente a se irá tomar uma decisão sobre a eventual candidatura a breve trecho.

Pedro Gouveia Alves é um dos dois nomes que surgem na pole position para liderar uma eventual candidatura que reunirá forte apoio junto dos quadros da instituição. O outro é Pedro Líbano Monteiro, da Montepio Valor.

Pedro Leitão “está a fazer o melhor trabalho possível” no Banco Montepio

Não é só a AMMG que enfrenta um contexto atribulado. Também o Banco Montepio, controlado quase na totalidade pela AMMG, vive dias difíceis, registando prejuízos avultados perante as provisões que teve de realizar para eventuais perdas com a pandemia. Pedro Gouveia Alves sabe que assim é, mas confia no trabalho do CEO.

Pedro Leitão tem “muitos desafios pela frente”, diz o responsável pelo Montepio Crédito. “Mas sei que ele está a fazer o melhor trabalho possível” para levar o Banco Montepio a bom porto. Já ultrapassou alguns? São muitos, mas estão a ser superados.

Acho que ele [Pedro Leitão] tem vindo a… Há aqui um conjunto de desafios que vinham de trás e que têm a ver com a própria gestão da qualidade da carteira de crédito, inclusive com as alterações que toda a banca de retalho enfrenta: a digitalização, a automação, as mudanças no mercado bancário… os juros baixos”, refere em conversa com o ECO.

[Pedro Leitão] tem muitos desafios pela frente. Mas sei que ele está a fazer o melhor trabalho possível.

Pedro Gouveia Alves

CEO do Montepio Crédito

“Há um conjunto de desafios que acredito que a equipa de gestão está a procurar ultrapassar para que o Banco Montepio possa evoluir positivamente no futuro”, diz Pedro Gouveia Alves.

Montepio Crédito ajuda a valorizar o Banco

“O Banco Montepio teve de fazer um volume de imparidades significativo, como os outros bancos. E nós [Montepio Crédito] também”, mas o resultado final é diferente. “Em 2019 tivemos 800 mil euros de imparidades. Em 2020 tivemos 2,3 milhões e mesmo assim tivemos um resultado positivo. Foi um ano extraordinário: crescem os lucros, cresceu na carteira de crédito, em quota de mercado…”, diz o responsável.

O Montepio Crédito “tem vindo a crescer bastante desde que foi adquirida no âmbito da aquisição do Finibanco, em 2010″. “Desde 2012 esta instituição ganhou sempre dinheiro. Teve sempre resultados positivos e com uma rendibilidade de capitais próprios que é muito significativa: acima dos 8%, 8,2% em 2020”.

A instituição de crédito especializado teve 4,1 milhões de euros resultados líquidos positivos em 2020. Este ano, “estamos com um crescimento de 15% em termos homólogos, quer na evolução de produção de financiamento, quer nos indicadores de rendibilidade. Estamos com um nível de resultados cerca de 15% superior ao mesmo período do ano passado, isto dados até abril”.

O “Montepio Crédito, que tinha capitais próprios de 19 milhões de euros em 2011, fechou o ano passado com 59 milhões, mas está já em cima dos 60 milhões“, revela ao ECO. E é neste sentido que Pedro Gouveia Alves diz que o Montepio Crédito acrescenta valor ao Banco Montepio.

“Acrescentamos valor ao grupo? Sim. Se os capitais próprios crescem, a valorização deste ativo no balanço consolidado do banco também cresce. Diria que o Banco Montepio tem aqui no Montepio Crédito um ativo seguro, rentável que ajuda a valorizar a sua carteira de ativos“, remata.

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