Lucros da seguradora da Fidelidade em Cabo Verde aumentam 6%
A Garantia, é líder de mercado no arquipélago atlântico que sofreu bastante com a Covid-19, com seguros de viagem a quebrar 58%.
Os lucros da seguradora cabo-verdiana Garantia, do grupo Fidelidade, aumentaram 6% em 2020, face ao ano anterior, para mais de 1,6 milhão de euros, apesar da crise económica provocada pela pandemia de Covid-19.
Segundo o último relatório e contas da seguradora, a maior do país (estima ter uma quota de mercado superior a 60%), o exercício de 2020 fechou com um resultado líquido de 179.905.824 escudos (1,625 milhão de euros), tendo o conselho de administração aprovado que 10% desse valor será aplicado na reserva legal e 30% transferido para outras reservas.
Os restantes 60%, equivalente a quase 108 milhões de escudos (975 mil euros), serão distribuídos pelos acionistas, como dividendos do exercício de 2020.
“Não obstante a difícil conjuntura vivida ao longo do ano de 2020, a companhia conseguiu reformular o seu plano de atuação e implementar medidas de contenção de custos que foram determinantes e fundamentais para a boa performance operacional e financeira. Todo o esforço efetuado ao longo deste exercício resultou num aumento de 6% do resultado líquido, face ao ano anterior”, destaca a administração, no relatório e contas.
Segundo o documento, o resultado por ação da maior companhia de seguros de Cabo Verde aumentou para 900 escudos (8,1 euros) e a taxa de rentabilidade líquida da carteira cresceu de 10,2% em 2019 para 10,7% em 2020.
A Fidelidade – Companhia de seguros detém uma participação de 55,89% do capital social da seguradora Garantia, enquanto o Banco Comercial do Atlântico (de Cabo Verde, do grupo Caixa Geral de Depósitos) assume uma quota de 25% e o Instituto Nacional de Previdência Social de 12,19%, cabendo ainda 4,5% aos Correios de Cabo Verde, enquanto os restantes 2,42% das ações estão nas mãos dos trabalhadores.
Segundo o relatório e contas da Garantia, a carteira do mercado de seguros de Cabo Verde (que congrega duas seguradoras) fechou o ano de 2020 com uma quebra de 6,2% face a 2019, impulsionado pelos seguros “Não Vida”, que caíram 8,5%, como efeitos da crise provocada pela pandemia, já iniciou o ano com “uma tendência muito positiva”, crescendo quase 10%.
No segmento “Não Vida”, e “refletindo os efeitos da pandemia da covid-19 na atividade económica”, a seguradora registou em 2020 “uma forte inversão na tendência crescente que vinha apresentando há já vários anos”. Este segmento, que nos últimos cinco anos estava a crescer a uma taxa média de 7,8% – que chegou a 13,7% em 2019 -, “sofreu um decréscimo de 6,7% em 2020”.
A companhia refere que “devido às fortes limitações de circulação impostas” com a pandemia, os seguros de viagens “foram os que mais sentiram o impacto da crise, decrescendo 58% face a 2019”.
O efeito “foi também significativo na carteira de seguro das empresas”, principalmente nos ramos de Responsabilidade Civil Geral (-17%), Construção e Montagem (-47%) e Multirrisco Profissional (-12%), em que “a Garantia registou valores consideravelmente elevados” no ano anterior.
Ainda na carteira das empresas, registaram-se decréscimos nos seguros de Transportes Aéreos (-14%) e Acidentes de Trabalho (-2%), reconhece a companhia.
Registou-se também um “importante abrandamento” na carteira do segmento “Vida”, cujo “crescimento se limitou aos 15%” em 2020, face ao aumento médio de 24,1% registado nos últimos cinco anos e que foi de 32,8% só em 2019).
A seguradora emitiu prémios de mais de 1.431 milhões de escudos (12,9 milhões de euros) no setor “Não Vida” em 2020, menos 7% face a 2019, e de 226,8 milhões de escudos (dois milhões de euros) para o setor “Vida”.
Globalmente, a companhia contava em 2020 com uma carteira de prémios de seguros do setor “Vida” que ascendia a 320,1 milhões de escudos (2,9 milhões de euros) e 2.354 milhões de escudos (21,2 milhões de euros) no setor “Não Vida”.
Com 125 trabalhadores, a seguradora Garantia fechou 2020 com um capital próprio de 1.476 milhões de escudos (13,3 milhões de euros), superior em 9% face a 2019, e com uma carteira de investimentos financeiros líquidos de 2.448 milhões de escudos (22 milhões de euros), um aumento de 6%.
A Garantia – que resultou da cisão do Instituto de Seguros e Providência Social de Cabo Verde e posterior privatização, em 1992 – é controlada pelo grupo Fidelidade.
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