Portugal capta 914 milhões nos mercados. Paga juro mais baixo pela dívida a nove anos

O IGCP foi ao mercado esta quarta-feira e conseguiu emitir dívida a nove anos com um juro mais baixo do que na emissão anterior equiparável.

Depois de recomprar mais de 1,12 mil milhões de dólares em dívida, Portugal financiou-se em 914 milhões de euros junto dos investidores internacionais. O IGCP concluiu esta quarta-feira com sucesso um duplo leilão de dívida de longo prazo, com maturidades a 9 e a 16 anos, obtendo juros mais baixos em um dos prazos e mais elevados no outro.

A nove anos, a agência que gere a dívida pública conseguiu emitir 622 milhões de euros em dívida com uma taxa de juro de 0,127%, o que compara com 0,237% da emissão equiparável a 10 de março, de acordo com os dados da Bloomberg.

A 16 anos, Portugal emitiu 292 milhões de euros em dívida com uma taxa de juro de 0,609%. Porém, nesta maturidade o país não conseguiu emitir a juros mais baixos do que na emissão anterior, pelo contrário: os juros subiram dado que na emissão equiparável tinham sido de 0,472%.

Em termos de procura, a nove anos esta foi 2,29 vezes superior à oferta, o que ainda assim representa uma ligeira queda face aos 2,32 registados na emissão anterior. No caso da emissão a 16 anos, a procura foi superior à da emissão anterior: 2,49 vezes face a 2,29.

O objetivo anunciado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na semana passada era de emitir Obrigações do Tesouro num valor entre 750 milhões de euros e mil milhões de euros nos prazos a nove e a 16 anos.

A tendência descendente nas yields da dívida soberana tem-se mantido desde maio, o que permitiu taxas mais baixas na emissão de hoje“, comenta Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, em reação ao leilão desta quarta-feira, notando que as “novas variantes do Covid-19, acabaram por abrandar as expectativas do ritmo da recuperação económica”.

Para o analista “os setores mais afetados pela pandemia, ainda estão longe de uma normalidade, e os discursos dos líderes dos Bancos Centrais continuam cautelosos, pelo que falar em abrandamento dos estímulos ou fim dos programas de compras de ativos, ainda não é assunto“. Foi esse mesmo o sinal dado pelo Banco Central Europeu na semana passada quando reviu a sua estratégia de política monetária, acrescentando “margem de manobra” para continuar a apoiar a economia, a qual o governador do Banco de Portugal quer ver refletida já na reunião de 22 de julho.

Assim, “teremos de assistir a uma recuperação evidente da atividade económica como um todo, para que possamos assistir a uma real inversão desta tendência nas taxas de juro de longo prazo“, conclui Filipe Silva.

(Notícia atualizada às 11h29 com mais informação)

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