Corredor verde britânico anima turismo em maio, mas dormidas ficam 60% aquém de 2019

A atividade turística continuou a recuperar em Portugal, mas continua com quedas expressivas face a 2019. Em maio foi o corredor verde britânico, que acabou logo depois, a animar o setor.

O setor do turismo está a recuperar, mas ainda está longe de atingir os níveis pré-pandemia. Em maio, a atividade turística foi superior à do mês homólogo, altura em que país ainda estava a lidar com a primeira vaga da Covid-19. Porém, face a maio de 2019, tanto o número de hóspedes como as dormidas registam quedas superiores a 60%. A razão principal é a falta de turistas estrangeiros, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a qual foi parcialmente mitigada em maio pelo “bónus” do corredor verde britânico.

“O setor do alojamento turístico registou 1,0 milhões de hóspedes e 2,1 milhões de dormidas em maio de 2021, o que compara com 126,6 mil hóspedes e 261,6 mil dormidas em maio de 2020, quando a atividade turística esteve praticamente parada”, escreve o gabinete de estatísticas no destaque divulgado esta quinta-feira, notando que face a maio de 2019 o número de hóspedes e de dormidas diminuiu 62,3% e 68,6%, respetivamente.

Porém, quando se vê os dados desagregados, há uma diferença significativa entre a procura interna e a procura externa. No caso dos turistas residentes, a queda é de 22,3% face a 2019 enquanto no caso dos turistas não residentes a quebra é de 83,8%. Esta diferença é justificada pelas limitações à circulação entre os países desde que a pandemia começou. Para contrariar esse efeito, a União Europeia criou o certificado digital Covid-19, mas este entrou em vigor a 1 de julho, pelo que ainda não influencia estes dados de maio.

Analisando o acumulado da atividade turística entre janeiro e maio (em vez de isolar o mês de maio), os números mostram que 2021 ainda está abaixo de 2020, mas tal deve-se ao facto de nos dois primeiros meses do ano passado não se ter feito ainda sentir o impacto da pandemia. A queda é de 48,8% nas dormidas totais, dividindo-se entre uma pequena queda dos residentes (-3,6%) e uma grande queda dos não residentes (-72.7%).

Neste mesma ótica, mas comparando com o período que vai de janeiro a maio de 2019, as dormidas registaram uma diminuição de 79,7%, a qual se divide entre uma queda de 53,3% nos residentes e de 90,1% nos não residentes, de acordo com os dados do INE.

Focando apenas no turismo dos residentes em termos regionais, há regiões que estão a conseguir atrair mais portugueses, como é o caso da Madeira, do Alentejo, dos Açores e do Algarve que registam subidas em termos de dormidas de residentes, face ao período homólogo.

200 mil dormidas de britânicos em Portugal no mês do corredor aéreo

O INE dedica uma caixa especial à análise do impacto da inclusão temporária de Portugal na lista de países em que os britânicos podiam visitar sem obrigatoriedade de quarentena no regresso. Logo no mês seguinte, em junho, o Reino Unido deixou de ter essa classificação para Portugal, dificultando novamente as viagens entre os dois países.

Em maio esse corredor aéreo temporário permitiu que este fosse o terceiro mês com maior número de dormidas de britânicos em Portugal desde o início da pandemia, num total de 200 mil, apenas ultrapassado pelos meses de agosto (217,7 mil dormidas) e setembro (343,0 mil dormidas) de 2020, quando houve a abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal.

A inclusão de Portugal na lista verde de países terá contribuído para a evolução que este mercado apresentou em maio, associado também à realização de importantes eventos desportivos neste mês em Portugal“, explica o INE, referindo-se à final da Champions no Porto.

Assim, face ao mês anterior, o mercado britânico foi o que registou o maior crescimento absoluto no número de dormidas, as quais “representaram 34,1% do acréscimo de dormidas de não residentes verificado entre abril e maio”.

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