Com aumento das restrições, há cada vez mais restaurantes a fechar ao fim de semana

Ao ECO, o presidente da PRO.VAR diz que a obrigatoriedade de testes à Covid-19 está a afastar os clientes dos restaurantes e alerta que há cada vez mais estabelecimentos a encerrar ao fim de semana.

A obrigatoriedade de testes negativos à Covid-19 está a afastar os clientes dos espaços interiores dos restaurantes, o que leva a uma quebra da faturação para quem não tem esplanadas. O alerta é de Daniel Serra, presidente da Associação Nacional de Restaurantes, que assegura que há cada vez mais estabelecimentos que estão a optar por encerrar ao fim de semana.

Ao ECO, o presidente da Associação Nacional de Restaurantes – Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal (PRO.VAR) sinaliza que esta “tendência tem sido crescente”, apesar de não ter dados concretos, e que os encerramentos dos restaurantes ao fim de semana aumentam “à medida que a resistência e os problemas aumentam”.

Na época alta, estarem sujeitos a perdas tão significativas, começa-se a desenhar um fim antecipado para todas estas empresas”.

Daniel Serra

Presidente da a Associação Nacional de Restaurantes – Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal (PRO.VAR)

O setor da restauração está a enfrentar “duas realidades muito diferentes”, diz. Os restaurantes com esplanadas, mesmo os localizados em zonas de “risco elevado” e “muito elevado” “estão com aumentos de faturação”, enquanto os que apenas têm espaços interiores, como é o caso de alguns restaurantes de rua ou em centros comerciais “tentam sobreviver sem clientes”, sublinha o presidente da PRO.VAR. “Na época alta estarem sujeitos a perdas tão significativas, começa-se a desenhar um fim antecipado para todas estas empresas”, alerta.

Por forma a controlar a pandemia e a pressionar o mínimo a economia, o Governo passou a exigir a apresentação de testes negativos à Covid-19, para quem não tem ainda um certificado digital válido, no acesso a espaços de restauração — a partir das 19h00 de sexta-feira e durante todo o dia aos sábados, domingos e feriados, nos concelhos acima do limiar de risco — e à hotelaria (neste caso em durante todos os dias e em todo o território continental). E há multas para quem não cumprir, sendo que a ASAE já instaurou, pelo menos, cinco contraordenações a espaços de restauração, por incumprimento desta regra, de um total de 21 multas.

Para o acesso a estes espaços são aceites os testes PCR realizados nas 72 horas anteriores à sua apresentação, testes de antigénio com relatório laboratorial, realizado nas 48 horas anteriores à sua apresentação, testes rápidos de antigénio na modalidade de autoteste, realizado nas 24 horas anteriores à sua apresentação na presença de um profissional de saúde ou da área farmacêutica que certifique a sua realização e o seu resultado, mas também estes testes rápidos de antigénio na modalidade de autoteste, realizados no momento, à porta do estabelecimento.

Restaurantes recusam fazer testes

Se nos primeiros dias as novas regras foram bastantes criticadas pelos vários estabelecimentos de restauração, bem como por diversas associações do setor, o que levou o ministro da Economia a admitir que as novas medidas foram “apresentadas muito em cima da hora”, certo é que o descontentamento continua a verificar-se. Já levou a que 40% dos associados da PRO.VAR se tenham recusado a fazer autotestes dentro do próprio estabelecimento.

Daniel Serra diz que a exigência de apresentação de testes “é medida muito contestada por todos e até pelos clientes”, e que está a levar a que “muitos dos colaboradores se recusam a enfrentar o cliente com esta obrigatoriedade”. “O resultado disto é que muitos restaurantes estão a recusar-se fazê-lo e a perder clientes”, alerta, ao ECO.

Nesse sentido, o responsável pede uma solução ao Governo, referindo que a “manter-se estas restrições”, o país e o setor “irão herdar uma fatura pesada”, que vai agravar os despedimentos e o crédito mal parado dos fornecedores, conclui.

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