População residente em Portugal caiu 2% para 10.347.892 na última década

A população residente diminuiu 2% nos últimos dez anos, mostram os dados preliminares dos Censos. Cidadãos continuam a deslocar-se para o litoral do país.

A população residente em Portugal encolheu em 214.286 pessoas entre 2011 e 2021, uma queda de 2%, para um total de 10.347.892 pessoas. Esta é a primeira conclusão preliminar dos Censos 2021, revelada esta quarta-feira pelo INE.

Os primeiros resultados do inquérito censitário são relativamente intuitivos: nos últimos 10 anos, acentuou-se o padrão de “litoralização e concentração da população junto da capital”. Só o Algarve e Área Metropolitana de Lisboa registaram um crescimento da população, enquanto, em sentido inverso, o Alentejo registou o “decréscimo mais expressivo”.

Variação da população (2011-2021) por concelho:

A laranja estão as regiões que mais cresceram em população residente; o azul mais carregado significa perda maior de população. Fonte: INE

Em termos de população residente, a última década é apenas a segunda em que Portugal registou um decréscimo de população. Até aqui, a população residente em Portugal só tinha encolhido na década entre 1960 e 1970. O saldo migratório positivo não foi suficiente para inverter a quebra populacional, para um número “próximo do registado em 2001”.

A população residente no Algarve aumentou 3,7%, enquanto a residente na Área Metropolitana de Lisboa cresceu 1,7%. Nas demais restantes regiões NUTS II foram observados decréscimos populacionais: a população do Alentejo caiu 6,9%, seguindo-se a queda de 6,2% da Madeira.

“Nos últimos 10 anos, dos 308 municípios portugueses, 257 registaram decréscimos populacionais e apenas 51 registaram um aumento. Na década anterior, tinham assistido a quebras populacionais 198 municípios”, recorda o INE.

O instituto oficial de estatística aponta ainda que cerca de metade da população residente em Portugal concentra-se em apenas 31 municípios, localizados, sobretudo, na Grande Lisboa e no Grande Porto.

Ganha Odemira, perde Barrancos

Da análise dos resultados preliminares por concelhos resulta ainda a conclusão de que o concelho que viu a sua população aumentar mais na última década foi o concelho de Odemira (13,3%), seguindo-se Mafra (12,8%), Palmela, Alcochete e Vila do Bispo.

Em contrapartida, o concelho que mais população perdeu entre 2011 e 2021 foi Barrancos (-21,8%), seguindo-se Tabuaço (-20,6%), Torre de Moncorvo (-20,4%), Nisa (-20,1%) e Mesão Frio (-19,8%).

5 concelhos que mais ganharam ou perderam população (2011-2021):

A vermelho, os concelhos que mais população ganharam na década, por ordem decrescente; a azul, os que mais perderam, por ordem decrescente. Fonte: INE

Em relação aos 10 municípios mais populosos do país, o INE refere que “Lisboa, Porto, Matosinhos e Oeiras perdem população, enquanto os restantes registam crescimentos populacionais, com o município de Braga a registar o valor mais elevado (6,5%).

Há agora 4.156.017 agregados domésticos privados e agregados institucionais, mais 2,5% do que em 2011. Houve aumentos em todas as regiões, exceto no Alentejo.

Mais habitação, mas crescimento foi mais lento

Os resultados do inquérito do INE mostram, por fim, que “o número de edifícios destinados à habitação era de 3.587.669 e o de alojamentos de 5.961.262, valores que face a 2011 representam um aumento de 1,2% e 1,4%, respetivamente”.

Segundo o INE, “o crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 é bastante inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12% para edifícios e 16% para alojamentos”.

Variação do número de edifícios e alojamentos (2011-2021):

Fonte: INE

(Notícia atualizada pela última vez às 11h44)

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