BPI prepara-se para dar 50% dos lucros a Espanha após BCE levantar travão aos dividendos

BPI apresenta "uma fortaleza de capital" e tem uma carteira de crédito de baixo risco. Por isso, CEO Oliveira e Costa considera razoável distribuir metade dos lucros com os acionistas espanhóis.

O BPI prepara-se para distribuir 50% dos lucros ao seu acionista espanhol, o CaixaBank, depois de o Banco Central Europeu (BCE) levantar o travão aos dividendos a partir do final de setembro, avançou o CEO do banco português, João Pedro Oliveira e Costa.

Oliveira e Costa disse que era “perfeitamente razoável” o BPI repartir metade dos resultados com a casa-mãe, pois o banco que lidera apresenta “uma fortaleza de capital”, tem uma carteira de crédito de baixo risco e precisa de manter a confiança do acionista para continuar os investimentos no mercado português.

“É muito positivo o pagamento de dividendos para instituições que estejam muito bem capitalizadas para manter a confiança dos investidores, nomeadamente os investidores dos bancos. Sem essa capacidade será muito difícil continuar a ter serviço de qualidade”, explicou o CEO do BPI em conferência de imprensa, após ter anunciado uma subida de 300% dos lucros para 185 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

O grupo CaixaBank propôs interinamente um payout de 50%, sendo que o BPI irá seguir essa proposta quando for permitido, embora ainda não haja nenhuma decisão nesse sentido, destacou Oliveira e Costa.

Há uma semana o BCE levantou o travão que mantinha sobre os dividendos na banca, que estavam limitados a 15% dos lucros e a um impacto reduzido no capital da instituição. Ainda assim, recomendou prudência.

BFA dá dividendos, mas é para vender

Em relação ao banco em Angola, que distribuiu dividendos ao BPI no primeiro semestre do ano, Oliveira e Costa diz que foi uma notícia positiva pois ajuda a aliviar a pressão do BCE para se reduzir a participação na instituição angolana. Contudo, o banco português mantém a intenção de vender. “Não alteramos a perspetiva”, adiantou.

“A nossa pressão diminui claramente, isso tem sido transmitido para o regulador. (…) Temos abertura para reduzir parcial ou totalmente quando surgir uma oportunidade credível”, disse o CEO do BPI, que não aponta para data em relação ao processo de desinvestimento.

Oliveira e Costa explicou que a decisão do BFA permitiu reduzir a exposição angolana no balanço do BPI em cerca de 80 milhões de euros, embora o banco português mantenha a participação de 48,1% no banco angolano.

O BFA anunciou a distribuição de dividendos ordinários de 40 milhões ao BPI, tendo já pago 21 milhões. Além disso, procedeu à distribuição de reservas na ordem dos 79 milhões de euros, dos quais 50 milhões foram reconhecidos em resultados e 29 milhões diretamente em reservas do BPI.

“Os 119 milhões serão reconhecidos no Common Equity T1 (CET1) à medida que forem recebidos em Portugal”, adianta o banco.

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