Fjällräven torna as mochilas sustentáveis. São feitas à base de madeira

Chama-se Tree-Kanken e é feita com um novo tecido à base de madeira proveniente de florestas certificadas nos arredores de Örnsköldsvik, cidade natal da Fjällräven no norte da Suécia.

A icónica mochila Kanken, da marca sueca Fjällräven foi lançada em 1978 e passado mais de quatro décadas continua a ser um dos produtos mais vendidos da marca. A inspiração é do passado, mas a aposta em materiais sustentáveis são o futuro. E com base nesta premissa, a Fjällräven vai lançar na segunda-feira, a nível mundial, uma versão inovadora da mochila Kanken. Chama-se Tree-Kanken e é feita com um novo tecido à base de madeira proveniente de florestas certificadas nos arredores de Örnsköldsvik, cidade natal da Fjällräven no norte da Suécia, e nunca de florestas virgens.

“Este novo tecido é uma forma de tentar proteger o futuro e mais um passo no constante desafio da marca em encolher a sua pegada ambiental”, explica a Fjällräven em comunicado. A marca sueca, fundada em 1960, realça que tem uma “forte ligação à natureza e uma constante preocupação em encontrar formas mais sustentáveis de criar produtos duráveis, funcionais e intemporais”.

O tecido principal e o forro da Tree-Kånken são feitos com o novo material Pine Weave da Fjällräven. Trata-se de um tecido à base de madeira, desenvolvido exclusivamente pela Fjällräven, que é produzido a partir de fibras de filamentos e otimizado para proporcionar uma robustez e funcionalidade extra.

Este novo tecido é uma forma de tentar proteger o futuro e mais um passo no constante desafio da marca em encolher a sua pegada ambiental”

Fjällräven

Segundo a responsável pelo desenvolvimento de produto, Johanna Mollberg, “as aparas de madeira são cozidas até se transformarem numa massa de celulose. Depois disso, a massa é utilizada no processo do liocel, que é uma espécie de técnica de fiação em solvente. A polpa de celulose dissolvida é empurrada através de fieiras. Por fim, é lavada, seca e fiada”.

A indústria têxtil é classificada como uma das mais poluentes do mundo e este ano, a Humanidade já esgotou mais uma vez os recursos biológicos e naturais do planeta Terra e já estamos a viver em défice ecológico. Perante a realidade, a marca sueca quer caminhar em direção à sustentabilidade e reduzir a sua pegada ecológica.

Desde o início do milénio a produção de vestuário duplicou e quem sofre é o ambiente

As pessoas vestem-se de acordo com as tendências da moda e as peças e acessórios acabam ou no lixo ou acumuladas no guarda-vestidos. De acordo com dados da Fjallraven, o mundo consome 80 mil milhões de peças de vestuário todos os anos. É 400% mais que há 20 anos.

Na década de 1930, as mulheres possuíam cerca de nove conjuntos de roupa. Atualmente, têm pelo menos 30. E estes gastos em peças de vestuário aumentaram rapidamente desde o início do milénio. Entre 2000 e 2014, a produção de vestuário duplicou e os consumidores compraram, em média, 60% mais peças anualmente.

Com este consumo desenfreado, existe, cada vez mais, uma necessidade por parte das marcas em apostar em materiais amigos do ambiente. Para além da premissa de materiais ecos friendly, a Fjallraven defende que os “produtos devem durar” e que os “materiais devem ser escolhidos em função da sua capacidade de resistir aos rigores do caminho e da vida”. “Os produtos têm de ser fisicamente resistentes para suportar anos de uso, mas também têm de ser intemporais para evitar que se tornem antiquado”, realça a marca sueca.

Há uma década, foram encontrados perfluorocarbonetos (pfc) em pinguins na Antártida e em ursos polares no Ártico. Embora os efeitos a longo prazo fossem desconhecidos, havia sugestões de que afetava o sistema imunitário e hormonal. Isto bastou para a Fjällräven, que decidiu banir os pfc de todos os seus produtos. Em 2015, a Fjällräven já tinha retirado a impregnação com pfc de todos os seus produtos existentes.

Há uma enorme quantidade de resíduos na indústria do vestuário. De acordo com a ONU, o conteúdo de um camião de lixo com têxteis é queimado ou despejado num aterro a cada segundo, de acordo com a Fashion Revolution. “Estima-se que os resíduos de têxteis aumentem cerca de 60% entre 2015 e 2030, com mais 57 milhões de toneladas de resíduos a serem gerados anualmente, atingindo um total de 148 milhões de toneladas por ano”.

Para contrair esta tendência, a Fjällräven tem vindo a incorporar cada vez mais produtos reciclados na sua gama de tecidos, desde o poliéster reciclado à lã reciclada.

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