Reprivatização da Efacec vai ter uma terceira fase para candidatos melhorarem propostas

Dois grupos portugueses DST e Sing-Investimentos Globais (ligada à empresa industrial Sodecia) vão ter de melhorar as propostas apresentadas à reprivatização da Efacec num terceira fase de negocial.

O Governo decidiu avançar com uma terceira fase de privatização da Efacec. Na reunião de Conselho de Ministros desta quinta-feira foi decidido este prolongamento para que os candidatos portugueses possam apresentar propostas vinculativas melhoradas e finais.

“Foram selecionados a participar nesta terceira fase os dois investidores que apresentaram propostas vinculativas. Esta terceira e última fase faz parte de um processo de venda transparente, competitivo e concorrencial, que valoriza a mais-valia industrial, o conhecimento técnico e humano e a excelência da Efacec, bem como a sua contribuição para a economia nacional e, em particular, para o setor exportador português, salvaguardando, desta forma, o interesse público”, pode ler-se no comunicado divulgado esta tarde, sem que tenha havido a habitual conferência de imprensa.

O ECO já tinha avançado em primeira mão que tendo em conta a qualidade das propostas em cima da mesa, o Executivo ia prolongar o processo de reprivatização da Efacec para uma terceira fase e assim prolongar as negociações com os dois grupos portugueses DST e Sing-Investimentos Globais (ligada à empresa industrial Sodecia), os únicos que apresentaram propostas vinculativas até à data limite de 19 de julho, tal como o ECO também avançou.

A venda da participação de 71,73% da Efacec que o Estado assumiu na sequência do envolvimento de Isabel do Santos no Luanda Leaks será feita a um destes dois grupos já que nenhum dos outros três candidatos — o Chint Group Corporation, da China, a Elsewedy Electric, do Egito, e a espanhola Iberdrola — avançou para a segunda fase de apresentação de propostas vinculativas. Em causa estará a degradação das contas da empresa e perspetivas económicas pouco animadoras, com dificuldades crescentes.

Tal como o ECO revelou, a Efacec fechou o ano passado com uma dívida financeira de 184,2 milhões, mais 63,1 milhões face ao ano anterior. Apesar de o relatório e contas mencionar um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 20,2 milhões de euros, em 2020, na due diligence os concorrentes apontam antes para um EBITDA negativo ajustado de 60 milhões em 2020 e da ordem dos 30 milhões este ano. Por isso, os dois grupos portugueses apresentaram propostas de compra da posição acionista do Estado com valores marginais, entre um euro e um milhão de euros, e ambas consideram que será necessário um plano de investimento de dezenas de milhões de euros para recuperar a Efacec. Ora serão precisamente estas propostas que o Governo quer agora ver melhoradas nesta terceira ronda de negociações, que também pretende ser final.

Os candidatos nacionais exigem ainda garantias públicas que se poderão transformar em mais investimento público na empresa, depois de a garantia a um empréstimo de 70 milhões de euros que já foi totalmente consumida. Ao que o ECO apurou, o Governo já admite que poderá ser necessário “partir” a Efacec entre as áreas da mobilidade e industrial, para limitar os riscos para o Estado na operação. Embora o comunicado do Conselho de Ministros não fazer qualquer referência a esta possibilidade.

(Notícia atualizada com mais informação)

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