Subida dos preços das casas na Zona Euro perto de máximos de 30 anos
Estudo da Oxford Economics estima que preços das casas na Zona Euro subam 8% no final do ano. Até final de 2025, crescimento deverá abrandar para 2%.
A evolução dos preços das casas surpreendeu muitos durante uma pandemia, uma vez que se esperava uma descida, o que acabou por não acontecer. Um pouco por toda a Zona Euro, não só os preços subiram, como o ritmo de crescimento também aumentou. E a tendência deverá agravar-se. De acordo com um estudo da Oxford Economics, a subida do preços das casas por ano está agora perto de máximos de 30 anos na maioria dos países.
Na Zona Euro como um todo, o crescimento dos preços foi de 6,2% — o valor mais alto dos últimos 14 anos. Mas a maioria dos países está a assistir a subidas que deverão ser as mais altas das últimas três décadas. Eslováquia, Holanda, Alemanha e Áustria registam aumentos acima de 10%, enquanto Bélgica e França observam subidas acima dos 5%. A Itália assistiu a uma reviravolta: depois de quedas acentuadas entre 2017 e 2019, registou uma subida de 1,9% nos preços das casas no ano passado.
Assim, Espanha, Portugal e Grécia — que têm sido dos países mais afetados pela pandemia — são os “únicos países onde o ritmo de crescimento foi moderado desde o final de 2019”, refere o mesmo estudo. E, refletindo fortes tendências pré-pandémicas, “Grécia e Portugal continuam a mostrar crescimento de preços relativamente sólidos”, enquanto Espanha se manteve com uma subida ligeiramente negativa no primeiro trimestre de 2021.
Evolução dos preços das casas na Zona Euro
A contribuir para estas subidas estão vários fatores, entre os quais as baixas taxas de juro — que estão em mínimos históricos — e as condições financeiras mais flexíveis, que tiveram um “papel importante nesse boom”, diz a Oxford Economics. Mas há ainda outros fatores, como os rendimentos disponíveis, que aumentaram com a concessão dos apoios públicos, e as moratórias bancárias.
Ritmo de crescimento deverá abrandar para 2% em 2025
A curto prazo, a instituição espera que a evolução do mercado financeiro e económico continue a apoiar uma subida dos preços do imobiliário, à medida que o mercado de trabalho recupera, que as atividades beneficiem do aumento de poupança das famílias e que as taxas de juro continuem baixas por mais algum tempo. Assim, estima-se que os preços tenham subido 2,2% no segundo trimestre na Zona Euro, representando um dos segundos trimestres mais fortes desde 1995.
Até ao final do ano, o aumento esperado é de 8%, o valor mais alto dos últimos 30 anos. “Acreditamos que 2021 será o ano mais forte para o crescimento dos preços da habitação em 30 anos, com o crescimento anual de 2021 observado em mais de 7% (contra menos de 6% nas previsões de julho de 2021)”, lê-se no estudo.
A médio prazo, as expectativas apontam para “um arrefecimento do ritmo de crescimento dos preços da habitação”. Isto numa altura em que haverá um aumento gradual das taxas de juro, enquanto o aumento da oferta também aliviará um pouco o mercado, fazendo baixar os preços. Assim, de um crescimento de cerca de 7% em 2021, em 2022 deverá ser de apenas 6% e entre 2023 e 2025 deverá cair para menos de 2% ao ano.
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