“Rei dos Frangos” detém 20% da Benfica SAD
O prazo de validade do acordo entre o investidor norte-americano John Textor e José António dos Santos para a aquisição de 25% das ações da SAD do Benfica foi estendido até 31 de dezembro.
José António dos Santos, mais conhecido por ‘Rei dos Frangos’, recuou no acordo com o acionista Quinta dos Jugais para comprar 3% do capital da SAD do Benfica, de acordo com o comunicado enviado à CMVM. Assim, o empresário é detentor de 20,1% das ações da SAD, de acordo com as informações dadas aos mercados.
“Foram, entretanto, revogados pelas partes os contratos promessa de compra e venda celebrados com a Quinta de Jugais – Comércio de Produtos Alimentares, Lda”, pode ler-se no comunicado.
Na mesma comunicação, a Benfica SAD revelou que o prazo de validade do acordo entre o investidor norte-americano John Textor e José António dos Santos para a aquisição de 25% das ações da SAD do Benfica foi estendido até 31 de dezembro.
“A data para a conclusão do negócio do qual poderá vir a decorrer a transmissão das ações em causa para o senhor John Textor, desde que verificadas as condições/autorizações necessárias (…), passou de 15 de setembro de 2021 (como constava do comunicado inicial) para 31 de dezembro de 2021”.
Em julho, a Benfica SAD comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que José António dos Santos celebrou um acordo para vender a John Textor 25% do capital social da SAD.
A comunicação da Benfica SAD surgiu depois desta ter recebido informações do acionista José António dos Santos, conhecido como o ‘rei dos frangos’, relativas aos acordos firmados com o empresário norte-americano.
José António dos Santos “outorgou com John C. Textor, dois acordos para venda de um total de 5.750.000 ações ordinárias, escriturais e nominativas, representativas de 25 % do capital social da Benfica SAD, condicionado ao pagamento” até 15 de setembro “do preço total acordado”, tendo sido adiantada a quantia de um milhão de euros, salientou na ocasião o comunicado.
Já na segunda-feira, o Benfica considerou insuficientes os elementos que Luís Filipe Vieira apresentou para decidir se quer exercer o direito de preferência sobre as ações do antigo presidente.
O Benfica revelou a 7 de setembro que o antigo presidente do clube da Luz lhe dirigiu uma comunicação para exercer o direito de preferência sobre 3,28% das ações da SAD de que Luís Filipe Vieira é proprietário, na sequência de uma proposta de venda no valor de 7,80 euros por cada um dos 753.615 títulos, correspondendo a um valor global de quase 5,9 milhões de euros (5.878.197 euros).
A resposta da direção das ‘águias’, que é agora encabeçada por Rui Costa, ao antigo líder, salienta ainda que “estando em preparação um ato eleitoral, agendado para o dia 09 de outubro, na sequência da demissão dos membros da direção em funções, qualquer eventual comunicação para exercício de direito de preferência deveria, em atenção aos superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica, ser comunicada de forma a poder ser analisada pela nova direção, em tempo adequado após início das suas funções”.
Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos no início de julho numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do Benfica e Novo Banco, e está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.
No mesmo processo foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
O ex-presidente começou por suspender as suas funções no Benfica, mas, em 15 de julho, acabou por apresentar a sua demissão, sendo substituído pelo ex-futebolista Rui Costa, até então vice-presidente do clube e ex-administrador da SAD.
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