Indústria chinesa contrai em setembro pela 1.ª vez desde fevereiro de 2020

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

As "indústrias intensivas em energia” sofreram em setembro, numa altura em que várias partes da China são afetadas por cortes ou medidas para racionar o uso de energia, disse o responsável do GNE.

A indústria transformadora da China sofreu, em setembro, a primeira contração desde fevereiro de 2020, segundo as estatísticas oficiais do Governo chinês, enquanto os dados do jornal privado Caixin apontam para uma melhoria no mesmo período.

Os dados oficiais do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) e os publicados pelo Caixin, que são elaborados pela consultora britânica IHS Markit, foram divulgados no mesmo dia, devido à proximidade dos feriados do Dia Nacional da China, mostrando dois cenários diferentes do setor.

O índice dos gestores de compras (PMI, indicador que mede a evolução da indústria transformadora) do GNE revela uma queda para 49,6 pontos, face a 50,1 pontos registados em agosto, enquanto os dados da Caixin subiram de 49,2 para 50 pontos.

Uma marca acima dos 50 pontos significa crescimento e abaixo contração.

O responsável pelas estatísticas do GNE, Zhao Qinghe, reconheceu esta quinta-feira que as “indústrias intensivas em energia” sofreram em setembro, numa altura em que várias partes da China – por exemplo, na província de Guangzhou, um importante centro de produção – são afetadas por cortes ou medidas para racionar o uso de energia.

Esta situação ocorre devido à subida do preço do carvão, do qual depende grande parte da produção de energia do país asiático.

Zhao também apontou a subida dos preços das matérias-primas, para explicar a evolução do PMI em setembro.

Os cinco subíndices com que o GNE compõe o PMI – produção, novos pedidos, reservas de matérias-primas, emprego e prazo de entrega dos distribuidores – estiveram em contração durante o mês.

A Caixin afirmou que a indústria de transformação estabilizou, em setembro, após uma “ligeira contração” em agosto.

Embora a leitura de Caixin seja um pouco mais otimista do que a do GNE, não deixa de ser a segunda pior marca nos últimos 17 meses.

Segundo Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, a procura doméstica aumentou em setembro – não a procura externa, afetada pela pandemia e também por problemas logísticos globais – devido aos bens intermediários e de investimento, enquanto a procura por bens de consumo permaneceu “fraca”, o que “reflete a falta de poder de compra dos consumidores”.

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