População empregada encolhe ao fim de seis meses a crescer

Desde fevereiro que a população empregada estava a aumentar e o Governo até chegou a considerar os números "impressionantes", mas agosto trouxe a inversão dessa tendência.

Depois de seis meses consecutivos a crescer, a população empregada encolheu. Em agosto, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), verificou-se um recuo em cadeia de quase 0,6%, mantendo-se este indicador, ainda assim, acima dos níveis pré pandemia. O oitavo mês de 2021 trouxe, por outro lado, uma nova queda da taxa de desemprego e uma diminuição da população ativa.

Segundo a nota divulgada esta quarta-feira, em agosto, havia 4.798,9 mil pessoas empregadas, menos 27,8 mil do que em julho. Em causa está a primeira quebra da população empregada desde fevereiro. Desde o segundo mês de 2021 que esse indicador estava em crescimento, tendo o Governo considerado “impressionantes” os números relativos ao segundo trimestre do ano. O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defendeu a esse propósito que tal “capacidade de criação de emprego era um sinal de vitalidade da economia”.

Aliás, em maio, a população empregada portuguesa não só ultrapassou os valores pré pandemia, como se fixou no valor mais alto desde, pelo menos, 1998, máximo que veio, depois, a ser ultrapassado pelos dados de junho e julho. Em agosto, o caso mudou, contudo, de figura, apesar dos avanços na vacinação e do alívio das restrições.

Os dados do INE permitem perceber que a redução da população empregada não se deu à custa do aumento da população desempregada (que até encolheu em agosto, tal como a taxa de desemprego), mas pode, antes, estar relacionada com a evolução da população ativa e inativa. Indica o gabinete de estatísticas que a população ativa caiu de 5.166,6 mil pessoas para 5.124,8 mil pessoas, depois de seis meses consecutivos a crescer (tal como a população empregada).

Por outro lado, a população inativa — que inclui, segundo a definição do INE, pessoas que, independentemente da idade, no período de referência, não podiam ser consideradas economicamente ativa, isto é, não estavam empregadas, nem desempregadas — aumentou de 2.512,8 mil pessoas para 2.553,8 mil pessoas, depois de ter estado seis meses a subir.

Há menos empregados e ativos. Inatividade cresce

Fonte: INE

Quanto à subutilização do trabalho — que inclui desempregados, subemprego a tempo parcial, inativos à procura de trabalho, mas não disponíveis e inativos disponíveis, mas que não procuram trabalho — há a notar um aumento de 2,1 mil pessoas no grupo de inativos que não procuraram um novo posto de trabalho, apesar de estar disponíveis trabalhar e uma subida de 9,5 mil pessoas em subemprego, enquanto os demais grupos deste indicador registaram recuos.

Desde o início da pandemia que o Governo tem disponibilizado uma série de medidas extraordinárias para evitar um disparo do desemprego e apoiar os postos de trabalho. Esses instrumentos, tem insistido o Executivo, foram e continuam a ser fundamentais a estabilidade do mercado de trabalho português, apesar do impacto da pandemia de coronavírus.

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