Ativos sob gestão no setor do capital de risco sobem 9,8% para 5,6 mil milhões em 2020

  • Lusa
  • 14 Outubro 2021

No final do ano passado 56 sociedades e 166 fundos estavam em atividade no mercado português, "mais sete sociedades e 29 fundos do que em 2019".

Os ativos sob gestão do setor do capital de risco em Portugal aumentaram 9,8% em 2020, totalizando 5,6 mil milhões de euros, divulgou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o Relatório Anual de Capital de Risco, conhecido esta quinta-feira, no final do ano passado 56 sociedades e 166 fundos estavam em atividade no mercado português, “mais sete sociedades e 29 fundos do que em 2019”.

“Os Fundos de Capital de Risco (FCR) apresentaram um crescimento de 492,0 milhões de euros (10,1%), para 5,4 mil milhões de euros de ativos sob gestão e o investimento efetuado diretamente para a carteira própria das Sociedades de Capital de Risco (SCR) aumentou 10,2 milhões de euros (3,7%), para 283,9 milhões de euros”, pode ler-se no documento.

O texto refere também que “o aumento do valor sob gestão do setor de capital de risco nacional foi de 7,1% em 2020, atingindo 5,3 mil milhões no final do ano”.

Por outro lado, o montante médio, por fundo, de ativos sob gestão “diminuiu para 32,3 milhões de euros em 2020, menos 3,2 milhões de euros face a 2019″.

Dos 166 fundos a operar em Portugal, “35 apresentavam ativos com um valor superior à média do setor”, e “os 11 FCR com ativos sob gestão superiores a 100 milhões de euros concentravam cerca de 46,9% do total do setor, enquanto 111 dos fundos com ativos sob gestão inferiores a 20 milhões de euros representavam 13,9% dos ativos do setor”.

Os fundos “tinham um total de 3.606 participantes, mais 1.549 do que no ano anterior, tendo o valor médio atribuído por participante descido para 1,4 milhões de euros (2,3 milhões de euros em 2019)”, de acordo com a CMVM.

A maioria eram residentes em Portugal (73,7% em 2020 e 76,9% em 2019) “entre os quais se destacavam as pessoas coletivas”, ao passo que no caso dos não residentes “metade eram pessoas singulares”.

O setor “reforçou o investimento afeto a depósitos e outros meios líquidos, outros ativos e, em menor grau, em participações sociais, enquanto o investimento via empréstimos e suprimentos diminuiu”.

“No que diz respeito à distribuição dos investimentos, a carteira estava maioritariamente afeta a outros investimentos (35,6% ou 2,0 mil milhões de euros) e, em menor grau, a operações sobre ‘participações sociais’ (22,2%, o equivalente a 1,3 mil milhões de euros)”.

Segundo a CMVM, outros investimentos “são calculados através da soma das rubricas de prestações suplementares, prestações acessórias, suprimentos, obrigações e outros títulos de dívida e empréstimos”.

“Entre os outros investimentos – que registaram um decréscimo de 6,4% face a 2019 – destacam-se as prestações acessórias, rubrica que continuou a deter o maior peso (898,6 milhões de euros ou 44,7%), seguidas dos suprimentos (553,4 milhões de euros ou 27,5%)”, pode ler-se no relatório.

Já o valor das participações sociais “aumentou 5,6% no ano (66,0 milhões de euros), o que resultou, por um lado, de um aumento do valor investido em empresas não residentes (+143,5%) e, por outro lado, de uma diminuição de 22,3% no investimento em empresas residentes”.

Quanto aos setores de atividade alvo de investimento por parte do setor do capital de risco, excluindo as sociedades gestoras de participações sociais (SGPS), que captaram 776,5 milhões de euros, “as atividades de informação e comunicação (568,4 milhões de euros), as imobiliárias (415,7 milhões de euros) e a indústria transformadora (340,0 milhões de euros) captaram a maioria do investimento”.

A CMVM revela ainda que “o apoio à expansão aumentou 8,2% para 857,2 milhões de euros de valor investido pelo capital de risco no final de 2020”, com a relevância das empresas que pretendem reorientar a sua estratégia a diminuir 16,2%, e o capital de substituição aumentou 32,5%, para 418,9 milhões de euros.

“O investimento em venture capital aumentou face ao ano anterior, passando para 665,7 milhões de euros (+0,3%)”, resultando “do crescimento do valor investido em empresas que se encontram em fases seed capital e early-stage, cujo valor investido atingiu 240,6 milhões de euros (+9,1%) e 182,7 milhões de euros (+2,6%), respetivamente”.

Quanto às startups, “o valor investido diminuiu para 242,4 milhões de euros (-8,6%) no final de 2020″.

No total, das 1.207 transações ocorridas em 2020, “69,7% corresponderam a aquisições no total de 608,6 milhões de euros, enquanto as alienações atingiram 369,3 milhões de euros, traduzindo-se num investimento líquido de 239,3 milhões de euros (desinvestimento líquido de 200,9 milhões de euros em 2019)”.

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