Grande Porto e Grande Lisboa concentram mais de metade do poder de compra do país

As duas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa concentram 52% do poder de compra do país. Focando no município de Lisboa, o poder de compra é mais do dobro da média nacional.

Mais de metade do poder de compra dos portugueses concentra-se nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa. Apesar de terem 45% da população nacional, essas duas áreas têm 52% do poder de compra do país, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Os números referem-se a 2019 e indicam que há 32 dos 308 municípios com poder de compra acima da média nacional.

No conjunto, as duas áreas metropolitanas concentravam mais de metade (52%) do poder de compra, apesar de reunirem 45% da população do país“, escreve o gabinete de estatísticas no estudo sobre o poder de compra concelhio. O INE usa o indicador per capita (IpC) do poder de compra, o qual “pretende traduzir o poder de compra manifestado, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional (Portugal = 100)”.

Em 2019, 32 municípios apresentavam um poder de compra superior à média nacional, o que corresponde a cerca de 10% do total de municípios portugueses. Estes municípios localizam-se principalmente nas duas áreas metropolitanas — dez em Lisboa e seis no Porto — ou são coincidentes com as capitais de distrito (é o caso de Braga, Faro, Coimbra, Aveiro, Évora, Beja, Leiria, Portalegre e Santarém).

No topo deste ranking está o município de Lisboa com um IpC de 205,62, ou seja, mais do que duplica a média nacional. “Nas 15 primeiras posições correspondentes a um IpC superior a 110, encontravam-se ainda mais três municípios da Área Metropolitana de Lisboa – Oeiras (153,13), Alcochete (119,79) e Cascais (117,95) – e quatro da Área Metropolitana do Porto: Porto (154,02), Matosinhos (130,63), São João da Madeira (130,55) e Maia (110,64)“, nota o INE.

Porém, há exceções à “regra” de que o poder de compra está concentrado no Grande Porto, Grande Lisboa e nas capitais de distrito. É o caso dos municípios de Sines (127,63) no Alentejo Litoral — onde estão muitas empresas –, de Albufeira (114,05), Loulé (109,34) e Portimão (105,61) no Algarve — zonas marcadas pelo turismo sazonal e residência permanente de estrangeiros — e Castro Verde (105,45) no Baixo Alentejo.

As zonas do país onde se concentram menor poder de compra situam-se no interior Norte e Centro, como é o caso do Alto Tâmega, Beira Baixa e Terras de Trás-os-Montes, e do Alentejo Litoral (à exceção de Sines), o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo (à exceção de Castro Verde). Cada uma destas sub-regiões contribui, individualmente, com menos de 1% para o poder de compra nacional.

“A análise da concentração do poder de compra nos 308 municípios portugueses – permite constatar que, em 2019, cerca de 7% (22) e 21% (64) dos municípios concentravam, respetivamente, 50% e 75% do poder de compra nacional”, revela o Instituto Nacional de Estatística, concluindo que “estes resultados suportam a leitura de que o poder de compra se encontra associado à dimensão urbana dos municípios e, portanto, territorialmente muito concentrado“.

Mais uma vez, o município de Lisboa destaca-se por concentrar sozinho 10% do poder de compra do país.

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