Rio sugere antecipar eleições diretas no PSD para 20 de novembro e Rangel prefere dia 27

Líder do PSD quer realizar eleições diretas a 20 de novembro. Caso haja uma segunda volta teria de ser a 27 de novembro atirando depois o congresso para 11 e 12 de dezembro. Rangel quer diretas a 27.

Rui Rio vai sugerir ao conselho nacional do PS, reunido este sábado em Aveiro, uma antecipação das eleições diretas do partido para 20 de novembro. Mas Paulo Rangel parece mais inclinado à realização das diretas a 27 de novembro para “respeitar direitos dos militantes”.

Rui Rio garante que defende o mesmo desde o início, ou seja, desde 2019, porque “é uma completa insensatez o PSD meter-se no mês todo de novembro, grande parte do mês de dezembro, sendo que depois vem o Natal e a passagem de ano, com os outros partidos a fazer caminho completamente livres”, disse Rui Rio aos jornalistas, à entrada do Conselho nacional, “É uma completa insensatez. Mas já que insistem nisto, assim o PS fica menos tempo à solta e ficamos mais tempo focados”, acrescentou o responsável.

A estratégia do líder do PSD é realizar as eleições diretas a 20 de novembro e caso haja uma segunda volta teria de se realizar a 27 de novembro atirando depois o congresso para 11 e 12 de dezembro. Uma propostas que vai aguardar agora a posição dos apoiantes de Paulo Rangel que disputa a liderança do partido com Rui Rio, cujo mandato termina em fevereiro de 2022. A proposta de Paulo Rangel era realizar as diretas a 4 de dezembro.

Na última reunião do órgão máximo do partido entre Congressos, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 4 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro, havendo uma proposta de antecipação da reunião magna para entre 17 e 19 de dezembro, que tem o apoio de Paulo Rangel, e que também deverá ir a votos este sábado.

Rio deixou claro aos jornalistas que é “um disparate misturar eleições internas com eleições legislativas”, até porque o Partido Socialista já está “a fazer campanha desde outubro”. Apesar de ter sido decidido contra a sua vontade, fez questão de frisar, Rio enquadrou a sua proposta com a necessidade de “atenuar ao máximo ao benefício” que o PSD “está a dar ao Partido Socialista”. O objetivo é “tentar comprimir os prazos” para definir a liderança do partido o mais depressa possível”.

Remetendo explicações mais detalhadas para os conselheiros, Rio também deixou um pedido: que o conselho de jurisdição tome decisões jurídicas e não politicas e que os conselheiros respeitem a decisão jurídica.

“Estamos numa situação absolutamente excecional que não tem sensatez nenhuma nem bom senso, portanto temos de encontra soluções excecionais porque não queremos a solução normal”. Solução normal essa, segundo Rio, quando tem “uma guerra para fora não está em guerra dentro”. “Já que insistem nisto, que a democracia está suspensa, que tenho medo de eleições”, então Rio avança com este solução que acredita reunirá consenso dentro do partido.

Rio recorda ainda que enquanto as listas não forem entregues não se sabe quantas vão disputar as diretas. Para já Rio e Rangel já disseram ‘presente’ e Nuno Miguel Henriques, ex-candidato a Presidente da Câmara Municipal de Alenquer, também já anunciou que decidiu avançar com candidatura à liderança, embora ainda esteja a recolher assinaturas, com revelou a direção de campanha numa nota enviada às redações esta semana.

Ragel sugere 27 de novembro para proteger direitos do militantes

Paulo Rangel garantiu, à entrada do conselho nacional, que tem “toda a disponibilidade para se fazer todas as antecipações que for possível fazer do ponto de vista político”. Mas alertou que é importante ter datas que “não comprimam os direitos dos militantes”. “É preciso escolher uma data, e há várias”, em que os direitos dos militantes possam ser integralmente cumpridos”.

“Há espaço para antecipação”disse Rangel salvaguardando a necessidade de garantir a segurança jurídica e proteger os militantes. “Não temos de fazer tudo a correr, mas há espaço, sem dúvida, e da minha candidatura sempre houve, para construir uma solução de consenso“, lembrando que este conselho nacional só existe por causa da sua candidatura que queria antecipar o congresso para 17 e 19 de dezembro.

Rangel admitiu aos jornalistas que a data de 20 de novembro poderá não chegar para garantir os direitos dos militantes, mas “27 de novembro é razoável”. O ex-eurodeputado reiterou a necessidade de proteger “os direitos adquiridos dos militantes”, mas reconheceu que também é “preciso alguma flexibilidade”, para “encontrar uma solução de consenso”. “Vim cá para “encontrar uma solução de consenso”, concluiu.

À entrada do conselho nacional Luís Filipe Menezes, o antigo líder do PSD, alertou que a data de 20 de novembro viola os estatutos e os regulamentos. “Vamos imaginar que alguma dessas propostas é aprovada até consensualmente, mas amanhã qualquer cidadão português pode chegar a um tribunal e apresentar uma providência cautelar e paralisar completamente o processo interno do PSD”, disse aos jornalistas em declarações transmitidas pelas televisões. “Por vezes interrogo-me se a estratégia não é essa”.

Quanto à proposta que Rui fez aos conselheiros de que possam votar nas diretas todos os militantes, mesmo aqueles que não têm as quotas em dias, o antigo presidente da câmara de Gaia apenas desabafou: “Quem o viu e que o vê”. Recorde-se que esta foi precisamente uma das propostas apresentadas por Luís Filipe Monte Negro, em 2019, cadernos eleitorais completamente abertos para que fosse mais abrangente o universo de militantes. Uma hipótese então rejeitada por Rui Rio, sem passar primeiro pelo congresso.

Rui Rio, na pausa dos trabalhos veio justificar esta propostas com o facto de os militantes não terem “tempo de regularizar as suas quotas”. “A proposta que faço, dado o caráter absolutamente excecional de tudo isto é termos uma abertura excecional e votam todos os militantes ativos”, ou seja, não são todos os militantes dos cadernos eleitorais, apenas os que têm a quota atrasada um ou dois anos. Isto permitiria alargar o universo de eleitores de cerca de 30 mil para 70 mil, o que, segundo o líder do partido, pode aumentar o “nível de legitimidade” destas eleições internas do partido. O líder do PSD considera que não é correto os partidos receberem uma subvenção do Estado e depois não exigir uma quota mínima aos seus militantes. e considera que a sua nova posição se deve ao caráter “absolutamente excecional da situação”.

Quanto à proposta de Ri Rangel de fazer as diretas a 27 de novembro, Rio recusou comentar “rodriguinhos” e lembrou que enquanto o PSD está envolvido nestas discussões internas o PS já está a definira ações de campanha ou programa eleitoral e “só quem não tem força política” é que está “perdido na alínea quatro, cinco ou no artigo cinco ou sete”, “quem quer fugir à realidade”, atirou o líder do PSD.

“O importante é desenhar uma alternativa ao PS”. defende.

A sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público aponta que Rui Rio é considerado pelo eleitorado em geral o melhor candidato para liderar o PSD e chegar a primeiro-ministro. Mas Rangel tem vantagem entre os eleitores do PSD.

Jardim contra diretas antes de legislativas

Já Alberto João Jardim, militante histórico do PSD, manifestou-se contra a realização de eleições para a liderança do partido antes das legislativas de 30 de janeiro e indicou que apresentou uma proposta nesse sentido no Conselho Nacional.

“Não deve haver eleições internas antes das eleições gerais”, afirmou, em declarações à RTP, à entrada para a reunião do Conselho Nacional do partido, em Aveiro.

Questionado sobre o que pensa das propostas de Rui Rio e Paulo Rangel, candidatos à liderança, para antecipar as eleições diretas no PSD, o ex-presidente do Governo Regional da Madeira respondeu: “Acho que está tudo errado”.

Jardim afirmou ainda que não se deixa influenciar “por grupos” e que fez já chegar uma proposta ao Conselho Nacional, sem avançar mais detalhes.

(Notícia atualizada com as novas declarações de Rui Rio às 17h30)

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