Vão arrancar os leilões para as centrais solares flutuantes. Há sete barragens à escolha

Neste terceiro leilão do solar, a novidade é que os interessados licitam por um pacote que inclui a ligação à rede elétrica e a superfície da barragem que será ocupada com painéis solares.

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos, vai finalmente apresentar esta quarta-feira oficialmente o novo leilão de capacidade solar. Será o terceiro, desde que o primeiro leilão foi lançado em 2019 e que o segundo decorreu em 2020, já com a possibilidade de integrar baterias e capacidade de armazenamento.

Desta vez há também uma grande novidade: o leilão será para centrais solares flutuantes. Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Montalegre), Salamonde (Vieira do Minho), Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira) são as barragens eleitas pelo Governo para terem na superfície das suas águas parques solares fotovoltaicos de grandes dimensões. Quanto às potências a atribuir a cada barragem ainda não estão fechadas e os valores finais só serão revelados na sessão pública que terá lugar esta quarta-feira no Ministério.

Neste leilão, os interessados terão de fazer “duas licitações, mas são em simultâneo, o que na prática a torna numa só”, de acordo com esclarecimentos do MAAC,

E que duas licitações em simultâneo são essas? Uma pelo preço baixo para produzir eletricidade a partir da energia solar tal como nos anos anteriores; e ainda outra licitação para a ocupação de um espaço que é de todos nós, o domínio público hídrico, explicou o Governo ao ECO.

Ou seja, os interessados de facto licitam para duas coisas (ligação à rede elétrica e superfície da barragem) mas a licitação é única (tipo pacote combinado), não havendo uma para energia e outra para a superfície da barragem, explicou a mesma fonte

Para a parte do preço haverá de novo duas modalidades disponíveis, tal como nos anteriores: com remuneração à rede ou tarifa fixa, por 15 anos.

Com os leilões de energia renovável para 2021 já atrasados desde setembro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, já tinha avançado em entrevista ao ECO/Capital Verde que os leilões de solar só para os espelhos de água iriam ser “lançados muito em breve”.

Nessa mesma entrevista, o ministro tinha dado uma explicação diferente sobre a forma de licitação.

“O que motivou o atraso é que neste leilão de 2021, ao contrário dos outros dois anos anteriores, os promotores interessados em participar não vão fazer uma só licitação mas duas. Vão fazer uma igual a todas as outras, por um preço baixo para produzir eletricidade a partir da energia solar, e outra licitação para a ocupação de um espaço que é de todos nós, o domínio público hídrico. Isso obrigou a configurar a lei e esse decreto-lei estará certamente para ser aprovado muito em breve”, avançou Matos Fernandes ao ECO/Capital Verde.

Pelas mãos da EDP, no Alto Rabagão já decorreu um projeto piloto de solar flutuante, que tornou possível depois escalar o projeto para outro de maior dimensão que foi instalado este verão no Alqueva: 12 mil painéis solares (4 MW) espalhados por quatro hectares do grande lago alentejano.

“O Governo quer expandir as fronteiras do solar fotovoltaico nos próximos leilões. É um desafio importante em termos técnicos mas ao mesmo tempo os promotores vão ter uma mitigação do risco em termos de disponibilidade dos terrenos e dos respetivos custos. A diferença passa pela previsibilidade da ocupação de longo prazo”, dizia Galamba em setembro.

“A melhor resposta que podemos dar aos preços em alta no Mibel é acelerar as renováveis em Portugal, nomeadamente o solar, a tecnologia menos desenvolvida e com mais potencial. O solar flutuante é uma das formas de revertermos o subdesenvolvimento do solar fotovoltaico em Portugal. Apesar de ser o país com um dos maiores potenciais, a atual capacidade instalada solar é bastante baixa em termos percentuais no mix energético em Portugal quando comparado com os restantes países europeus”, disse Galamba.

O secretário de Estado revelou também que os ganhos apurados dos leilões de 2019 para os consumidores portugueses ao longo de 20 anos — no valor de 600 milhões de euros — já duplicaram entretanto para 1,2 mil milhões de euros, de acordo com as últimas contas feitas em junho aos preços em alta no Mibel. Quanto aos ganhos apurados de 560 milhões em relação ao leilão de 2020, Galamba garante que “também vão aumentar” e beneficiar os consumidores.

(Notícia alterada às 9h00 após esclarecimentos do MAAC)

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