Empreendedores de 10 países põem em marcha 6 projetos para aumentar taxa de reciclagem em Portugal

Como resultado do programa de inovação colaborativa Re-Source, da SPV e Beta-i, estão a ser desenvolvidos projetos-pilotos focados em aumentar as taxas de reciclagem junto dos consumidores,

O que têm em comum o empreendedorismo e a reciclagem? Aparentemente, tudo. Durante quatro meses, a Sociedade Ponto Verde e a consultora de inovação colaborativa Beta-i juntaram 20 empreendedores de 10 países – incluindo Portugal, e 13 parceiros (grandes empresas e municípios) — no programa de inovação colaborativa Re-Source para criar soluções na área de gestão de resíduos.

Agora, é tempo de apresentar os projetos-pilotos focados em aumentar as taxas de reciclagem junto dos consumidores e dar origem a novas soluções para categorias específicas de resíduos. Os dados mais recentes mostram que a recolha seletiva de embalagens até outubro de 2021 aumentou 8% face ao período homólogo de 2020.

“Os desafios atuais da gestão de resíduos são complexos e, por isso, acreditamos que apenas juntos conseguimos resolvê-los. Os projetos que estão agora em desenvolvimento são, mais uma vez, a prova da colaboração como motor da inovação”, disse Manuel Tânger, co-founder e head of innovation da Beta-i.

Entre os projetos já a serem testados ou em implementação está o RecySmart, ecopontos inteligentes criados em conjunto pela startup espanhola Recircula, a Ovo Solutions, a Câmara Municipal de Mafra e a Cascais Ambiente.

Na prática, os empreendedores de Barcelona, em conjunto com os parceiros, estão a transformar ecopontos em máquinas que permitem a uma pessoa inserir embalagens de vidro ou plástico, ECAL (tetrapack) e latas de alumínio e receber pontos e prémios que depois podem ser usados em serviços e produtos nos dois municípios. Durante os próximos seis meses, serão instalados ecopontos inteligentes nos concelhos de Cascais e Mafra.

Para combater a falta de estrutura para reciclar embalagens multicamadas e os impactos negativos que esta lacuna tem para as marcas, os espanhóis da FYCH estão neste momento a trabalhar em conjunto com a Nestlé, a Tratolixo e a Sociedade Ponto Verde para implementar nos recicladores do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) a sua tecnologia de delaminação para separar as várias camadas de materiais destas embalagens e potenciar a sua reciclagem.

Em parceria com a Lusoforma, a mesma startup testou também a sua tecnologia na reciclagem da tampa dos produtos de alumínio take away, que é composta de papel, plástico e alumínio, obtendo resultados de separação de 100%.

Por sua vez, a startup norte-americana Magnomer está a criar um piloto com o Super Bock Group, que consiste em criar rótulos com tinta magnetizável, para que estes consigam ser mais facilmente separados do plástico e permitir uma melhor reciclagem das embalagens – uma solução que pode aumentar até 20% os níveis de reciclagem e tornar a Super Bock na primeira empresa em Portugal a aplicar rótulos 100% recicláveis nas suas garrafas. A Tratolixo será parceira nos testes de triagem destas embalagens.

A startup escocesa Reath juntou-se à Sociedade Ponto Verde e à Super Bock Group para monitorizar o ciclo de vida da embalagem, através da criação de um passaporte digital, para colocar em produtos físicos. De forma genérica, esta solução permitirá fornecer às empresas e consumidores dados sobre a usabilidade e período de vida de uma embalagem e sobre que produtos são colocados no seu interior.

No caso da Sociedade Ponto Verde, permitirá obter informação sobre embalagens não reutilizáveis colocadas no mercado e obter de forma digital e automatizada a informação necessária para o preenchimento da declaração anual (documento que as empresas aderentes ao sistema ponto verde preenchem anualmente para reportar a totalidade do peso destas embalagens).

Já a inglesa Polytag associou-se à Lipor, Tratolixo e Sociedade Ponto Verde para criar um esquema de devolução e recompensas de depósitos digitais na zona do Porto. Utilizando a tecnologia PolytagDescribe, Tagand Trace, a solução irá primeiro etiquetar os produtos com identificadores únicos, permitindo depois ao consumidor digitalizar os códigos com uma aplicação propositadamente construída e reclamar os seus depósitos no conforto das suas casas, sem terem de utilizar máquinas de venda automática inconvenientes e dispendiosas.

As embalagens serão eliminadas através do seu sistema normal de contentores de lixo ou contentores comuns, criando um esquema de devolução de depósitos mais barato, conveniente e eficaz na área.

Por fim, os inovadores da inglesa MyResonance estão a trabalhar em conjunto com a Lusoforma e a Lipor para implementar em Portugal uma rede social que usa técnicas de gamificação para capacitar as organizações a comunicar, promover e envolver as suas comunidades a tomar medidas coletivas em torno de iniciativas baseadas em ESG, transformando cada pessoa em embaixadores da marca e construindo uma presença e identidade online para promover um mundo mais limpo.

Segundo Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “esta parceria com a Beta-i trouxe resultados extraordinários, pois chegámos ao final com soluções que de facto vêm resolver problemas críticos e reais e estão alinhadas com os objetivos estratégicos da Sociedade Ponto Verde”.

Para a SPV, a expectativa destas parcerias é fortalecer a cadeia de valor das embalagens com soluções que levem a uma maior eficiência dos processos, que permitam também ajudar ao cumprimento das metas nacionais e comunitárias em matéria de gestão de resíduos — em conformidade com o futuro PERSU 2030 – bem como os compromissos assumidos pelo país no domínio da economia circular, clima e sustentabilidade.

O programa contou com o envolvimento da Câmara Municipal de Mafra, Cascais Ambiente, Central de Cervejas e Bebidas, CTT, Saica Natur, Lipor, Lusoforma, Nestlé, NEYA Hotels, Ovo Solutions, Super Bock Group, Tratolixo e Vidrala.

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