Após estagnação em 2020, produções agrícolas floresceram este ano

O rendimento da atividade agrícola deverá crescer 11,1% em 2021, face a 2020, ano de estagnação das produções agrícolas.

Depois de ter estagnado (-0,1%) em 2020, ano marcado pela incerteza da pandemia, o rendimento da atividade agrícola deverá crescer 11,1% em 2021, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE). As colheitas foram mais proveitosas este ano, assim como a produção animal, num período de aumento generalizado de preços.

“De acordo com a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2021, o Rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), deverá registar um aumento de 11,1%, em consequência dos acréscimos previstos para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) (+9,0%) e para os Outros subsídios à produção (+9,7%), após uma quase estagnação em 2020 (-0,1%)”, revela esta segunda-feira o gabinete de estatísticas.

O peso do VAB, o valor acrescentado bruto, do ramo agrícola — o qual deverá atingir um máximo histórico este ano — deverá aumentar de 1,9% em 2020 para 2% em 2021.

Na produção vegetal, o crescimento de 16,5% “decorre de acréscimos em volume e em preço (+10,1% e +5,8%, respetivamente)”, destacando-se os vegetais e produtos hortícolas — em especial o tomate para indústria com o volume a crescer 25% e o rendimento unitário em “níveis historicamente elevados” — e os frutos, entre os quais se sobressai a maçã, pera, cereja, amêndoa, frutos tropicais e azeitona.

Em vários destes produtos registou-se a campanha mais produtiva das últimas três ou mais décadas. Por exemplo, no caso da maça “esta campanha posiciona-se, assim, como a segunda mais produtiva dos últimos 35 anos (apenas ultrapassada pela de 2019)”. “Em grande parte dos frutos verificou-se uma boa qualidade do produto, com forte procura e aumento de transações“, diz o INE.

No que respeita ao preço dos frutos, estima-se um aumento (+8,7%), para o que contribuíram especialmente a maçã, o kiwi, os frutos de pequena baga, a castanha e o abacate. Em contraciclo esteve a cereja que, com uma produção três vezes superior à de 2020, registou uma queda acentuada do preço (-37,5%).

A produção animal também vai crescer face a 2020, mas a um ritmo inferior (+2,9%), “em resultado do aumento, quer do volume (1,4%), quer dos preços de base (+1,4%)”, explica o INE, notando que as “produções de bovinos, ovinos e caprinos, aves, leite e ovos deverão ser determinantes para aquela evolução em termos nominais”.

Houve um maior abate de animais, quer jovens quer adultos, transversal a todas as categorias, o que é explicado pela “recuperação relativamente às dificuldades de escoamento sentidas por este setor em 2020, como consequência da conjuntura gerada pela COVID-19”. A exceção foram os suínos com uma queda tanto em volume (-0,2%) como em preço (-6,1%) face a 2020.

“A produção revela alguma recuperação do impacto da pandemia, sobretudo no subsetor da carne de leitão, particularmente afetado pelo encerramento da restauração”, começa por dizer o INE, explicando, porém, que “as boas perspetivas verificadas no início do ano” foram prejudicadas pelo “aparecimento de focos de Peste Suína Africana na Europa”, além da diminuição das importações de carne de porco pela China.

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