“É muito normal” que a unidade de processamento do lítio esteja em Portugal, diz ministro

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2021

Matos Fernandes disse que este investimento vem confirmar que “o Governo não tem nenhum projeto de fomento mineiro”, mas de bom aproveitamento dos recursos naturais e minerais, como o lítio

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, defendeu esta terça-feira ser “muito normal” que uma unidade de processamento de lítio se localize em Portugal, classificando este projeto como “inovador”.

“É muito normal que uma unidade de processamento de lítio se localize em Portugal. É verdadeiramente um projeto inovador”, afirmou o governante, na sessão de apresentação da parceria da Galp com a Northvolt para a conversão de lítio.

A Galp e a sueca Northvolt preveem investir 700 milhões de euros e criar 1.500 empregos diretos e indiretos na fábrica de conversão de lítio que vão desenvolver em parceria, foi anunciado.

Esta petrolífera anunciou um projeto industrial na cadeia de valor de baterias de lítio para veículos elétricos em Portugal, em parceria com a sueca Northvolt, que tem uma fábrica em construção na Suécia.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática vincou que este é verdadeiramente um projeto inovador”, sublinhando a importância da Galp e da Northvolt, a quem deu as boas-vindas a Portugal.

Matos Fernandes disse que este investimento vem confirmar que “o Governo não tem nenhum projeto de fomento mineiro”, mas de bom aproveitamento dos recursos naturais e minerais, sendo o lítio “um dos melhores exemplos”.

Apesar de não adiantar mais detalhes, Matos Fernandes notou que, nos próximos anos, vão ser aplicados entre 17.000 e 18.000 milhões de euros na área da energia, vincando que os investimentos em sustentabilidade são os que melhores garantias dão em termos de crescimento económico.

“Os que dizem que a sustentabilidade pode comprometer o bem-estar económico das famílias cometem um erro crasso. Contribui para a melhoria da qualidade de vida, para a redução das emissões […] e, da mesma forma, assegura os investimentos necessários para a criação de riqueza, mas também para a criação de emprego qualificado”, acrescentou.

O titular da pasta do Ambiente referiu ainda ser “evidente” que o seu ministério criou as políticas e agendas necessárias para que este investimento pudesse acontecer em Portugal.

“Entendemo-lo com toda a naturalidade. Entendemos também que o nosso Ministério criou as agendas certas para definir as metas e os processos a que queremos chegar”, reiterou.

Em resposta aos jornalistas, Matos Fernandes disse que “parece fazer mais sentido” que esta unidade seja localizada a Norte, acrescentando que, “quanto mais no interior do país, melhor”.

O governante sublinhou também que foi elaborada uma avaliação ambiental estratégica, a partir da qual serão escolhidos os locais, tendo sido já excluídos os que se encontravam em parques naturais ou na rede natura.

“Não haverá uma exploração sem avaliação ambiental”, concluiu.

Denominada Aurora e com uma participação de 50/50 da Galp e dos suecos da Northvolt, a ‘joint venture’ está atualmente “a realizar estudos técnicos e económicos e a analisar várias localizações possíveis para a unidade” em Portugal.

Está também “a explorar as opções adequadas de financiamento no âmbito da transição energética, de modo a reforçar o desenvolvimento do projeto”.

O objetivo é desenvolver a “maior e mais sustentável fábrica de conversão de lítio da Europa, […] com uma capacidade de produção anual de até 35.000 toneladas de hidróxido de lítio”, lê-se num comunicado.

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