Vacinação de crianças maiores de 5 anos arranca hoje. Veja estas 9 respostas

Quase um ano depois de ter sido administrada a 1.ª vacina contra a Covid, a campanha de inoculação das crianças entre os 5 e os 11 anos arranca hoje. Confuso? O ECO preparou um guia com 9 respostas.

A campanha de vacinação contra a Covid das crianças entre os cinco e os 11 anos começa este sábado. Em causa estão mais de 600 mil crianças elegíveis para inoculação, sendo que o processo vai decorrer em quatro fases e à semelhança do que tem sucedido, por faixa etária decrescente. Nesse sentido, este fim de semana, começam a ser vacinadas as crianças entre os 11 e os 10 anos, bem com algumas de nove anos.

Mas afinal, quando é que o meu filho vai ser vacinado? E vai receber uma ou duas doses? A vacina é a mesma que a dos adultos? O ECO preparou um guia com nove perguntas e respostas para que nada lhe escape sobre a vacinação dos maiores de cinco anos.

  1. Tenho um filho de cinco anos. Ele vai receber a primeira dose da vacina este fim de semana?

Não. Tal como tem sucedido com as restantes faixas etárias, a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos vai decorrer por faixa etária decrescente. Deste modo, durante este fim de semana, entre 18 e 19 de dezembro, serão vacinadas com a primeira dose da vacina as crianças com 11 e 10 anos, bem como “algumas crianças de nove anos”. Entre 6 e 9 de janeiro de 2022, seguem-se as crianças entre os 9 e os 7 anos. Já no fim de semana de 15 e 16 de janeiro, é a vez das crianças entre os 6 e os 7 anos. Por fim, as crianças com cinco anos vão ser inoculadas no fim de semana seguinte, isto é, entre 22 e 23 de janeiro. Entre 5 de fevereiro e 13 de março, vão ainda ser administradas as segundas doses.

2. O meu filho tem comorbilidades. É considerado prioritário?

Sim. As crianças com comorbilidades serão prioritárias independente da idade, mediante apresentação da prescrição médica.

3. Vou receber uma dose de reforço adicional da vacina contra a Covid. Posso recebê-la no mesmo dia que o meu filho?

Não. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, já disse que estes dias serão reservados em exclusivo à vacinação das crianças maiores de cinco anos.

4. As crianças entre os cinco e os 11 anos vão receber uma ou duas doses? E qual é o intervalo de administração entre doses?

Até ao momento, apenas a vacina pediátrica da Pfizer e da BioNTech foi aprovada pelo regulador europeu, e, posteriormente, recomendada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para ser administrada às crianças entre os cinco e os 11 anos. Nesta faixa etária, o período de administração entre doses é mais alargado do que no adultos, sendo que a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 recomenda um período entre seis a oito semanas entre a toma da primeira dose e a segunda dose.

5. O meu filho teve Covid recentemente. Pode ser vacinado já?

Depende. À semelhança do que acontece com os adultos e com os adolescentes, as crianças entre os cinco e 11 anos que foram recentemente infetadas por Covid-19 só poderão ser vacinadas 90 dias após o diagnóstico do vírus.

6. A vacina das crianças é a mesma que a dos adultos?

Não. Uma vez que se trata de uma vacina pediátrica, a dose a administrar às crianças entre os 11 e os cinco anos será menor comparativamente à dada aos maiores de 12 e aos adultos. As crianças destas faixas etárias vão receber dez microgramas deste fármaco, ao passo que as pessoas com mais de 12 anos recebem doses de 30. Ou seja, a dose administrada às crianças entre os 11 e os cinco anos é um terço da dose recebida pelo adultos.

7. Quantas vacinas pediátricas Portugal vai receber?

O primeiro lote com 300 mil vacinas pediátricas chegou na passada segunda-feira a Portugal, estando previstas outras 462 mil doses para janeiro. Em fevereiro e março, o país vai receber mais 400 mil doses em cada um dos meses, sendo que as remessas deverão ser faseadas semanalmente. “Temos cerca de 640 mil crianças. Já se sabe que vamos adquirir um milhão e meio de vacinas pediátricas por isso vamos ter capacidade para vacinar todas as crianças com as duas doses que são necessárias”, revelou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em entrevista à RTP.

8. A vacina é segura?

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) aprovou a vacina da Pfizer para as crianças entre os cinco e os 11 anos, “com base num ensaio clínico com mais de 2.000 crianças, tendo concluído, após avaliação da eficácia (90,7%) e segurança (perfil de segurança semelhante ao observado na população com mais de 12 anos), que os benefícios superaram os riscos nestas faixas etárias”, aponta o parecer da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, divulgado na sexta-feira pela DGS.

Além disso, a decisão da DGS de recomendar a administração desta vacina a todas as crianças desta faixa etária baseou-se ainda nos dados provenientes dos EUA, Canadá e Israel, que já estão a vacinar crianças com mais de cinco anos. Apesar de esta decisão ter sido votada por unanimidade entre todos os membros da Comissão Técnica de Vacinação, há algumas divisões entre os especialistas. É o caso do grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil que apoia a Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 que defendia que “deve ser dada prioridade à vacinação dos adultos e dos grupos de risco, incluindo as crianças dos cinco aos 11 anos”. Além disso, o grupo de peritos admitiam “ser prudente aguardar por mais evidência científica” antes de tomar uma decisão final sobre a vacinação geral destas crianças.

9. O meu filho pode ser sujeito a algum tipo de diferenciação nas escolas caso não seja vacinado?

Tal como acontece nos adultos, a vacina contra a Covid-19 não é obrigatória em Portugal. Nesse contexto, a diretora-geral da Saúde já veio assegurar que não haverá discriminação entre crianças vacinadas e não vacinadas, dentro ou fora da escola, nem estão previstas sanções para crianças que não estejam vacinadas. “Tem sido sempre assim. Nunca impedimos uma criança não vacinada contra o sarampo” de entrar num local, disse Graça Freitas.

Não obstante, Graça Freitas admitiu que as crianças vacinadas serão dispensadas de realizar testes para entrar em locais que exijam a apresentação de uma das modalidades certificado digital, bem como que a vacinação poderá “modelar os períodos de isolamento, tornando-os mais curtos” para os vacinados.

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