DGS reduz isolamento de 10 para 7 dias aos assintomáticos com Covid-19

A DGS encurtou o isolamento de assintomáticos com Covid-19 de dez para sete dias. Além disso, as pessoas com vacinação reforçada não ficarão em quarentena, mesmo se coabitarem com caso positivo.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) reduziu de dez para sete dias o tempo de isolamento para pessoas com Covid-19 que estejam assintomáticas, anunciou em comunicado. A decisão já foi comunicada ao Ministério da Saúde.

“Esta decisão está alinhada com orientações de outros países e resulta de uma reflexão técnica e ponderada, face ao período de incubação da variante agora predominante, a Ómicron”, esclarece a DGS em comunicado.

A entidade indica ainda que a operacionalização desta decisão técnica “estará concluída o mais brevemente possível, no decurso da próxima semana”.

Em declarações à RTP3, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que o período de isolamento de sete dias “concilia duas coisas”: por um lado, assegura que “a maior parte das pessoas que necessitam de estar em isolamento” estejam isoladas, dado que quem tem sintomas continua em isolamento por dez dias; por outro, liberta-as “para a sua vida normal, social e laboral mais cedo”, dado que, se estiverem positivas, mas assintomáticas, podem deixar o isolamento ao fim de sete dias.

“É um equilíbrio baseado na evidência científica à data”, disse Graça Freitas, explicando que o período de incubação da Ómicron é “mais curto” que na variante Delta. Esta decisão está aberta “a novas revisões”, alertou.

Assim, as pessoas isoladas que não tenham testado positivo ao coronavírus “têm de fazer um teste ao sétimo dia para serem libertadas”, que tem de “estar negativo”, disse Graça Freitas, sublinhando que, “idealmente”, já terão “feito um teste antes, quando entraram em isolamento”.

Já as pessoas que tenham testado positivo mas estejam assintomáticas, podem sair do isolamento profilático ao fim de sete dias, sem necessidade de fazer um teste, esclareceu a diretora-geral da Saúde, uma vez que para serem dadas como infetadas “tiveram de ter um teste positivo e “o facto de não terem sintomas dá a indicação de que podem sair do isolamento em segurança”.

A diretora-geral da Saúde avançou ainda que as pessoas que já tenham completado o reforço da vacinação e tenham estado em “contacto próximo” com doentes Covid, incluindo coabitantes, “já não ficarão em isolamento profilático”. “Quem está vacinado com reforço [não fica em isolamento], mesmo que sejam coabitantes”, disse, pois “têm um fator de majoração que lhes permite não ficarem em isolamento”.

Ainda assim, essas pessoas têm “a responsabilidade” de observar as regras básicas da pandemia, como o distanciamento físico, a higienização das mãos, utilização da máscara e ventilação dos espaços. Não estando isoladas, “têm a obrigação de manter regras muito estritas de precaução, porque nada disto é 100%. Estamos a falar de probabilidades”, sinalizou Graça Freitas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros tinha remetido para a DGS a decisão sobre uma eventual redução do período de isolamento e vincou que se tratava de uma decisão técnica e não política. No mesmo dia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, tinha dito que a DGS estava a analisar e a equacionar a redução do período de isolamento.

A Madeira foi a primeira região do país a reduzir o período de isolamento para cinco dias. Além de Portugal Continental e Madeira, EUA e Espanha já reduziram o tempo de isolamento.

A decisão de reduzir isolamento de dez para sete dias surge numa altura que Portugal regista o terceiro recorde consecutivo no número de infetados, 28.659 casos. Com o número de infetados a disparar de dia para dia, alguns setores já enfrentam problemas de falta de trabalhadores, por estarem em isolamento. É o caso do pessoal da testagem à Covid-19 e dos tripulantes de voo, por exemplo.

No final da primeira semana de janeiro, estarão confinados e em isolamento 600 mil portugueses, avançaram os especialistas que costumam fazer as previsões de infeções para o Governo, à CNN Portugal.

Recuando à véspera de Natal, foram cancelados mais de dois mil voos em todo o mundo, face à propagação da nova variante do vírus SARS-CoV-2. A Delta Air Lines precisou que os atrasos se deveram a “um conjunto de problemas”, como o impacto da nova variante, que fez com que alguns trabalhadores tivessem que ficar em isolamento.

Já a United vincou também, em comunicado, que a Ómicron está a ter um “impacto direto” nas tripulações de voo e nos restantes funcionários da empresa.

Também a Lufthansa cancelou 10% dos voos de inverno devido à Ómicron. O CEO da companhia aérea alemã adiantou que estão “a perder passageiros nos mercados domésticos da Alemanha, Suíça, Áustria e Bélgica porque esses países foram os mais atingidos por esta onda pandémica”.

(Notícia atualizada às 15h44 com mais informação)

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