Manuel Alegre critica António Costa por colocar PS na “dependência do PAN”
Histórico socialista assina opinião no Público onde critica António Costa por colocar o PS "na eventual dependência do PAN". "Quem vota PS não o faz para que 2 ou 3 deputados acabem com a pecuária."
O histórico socialista Manuel Alegre assina um artigo de opinião no Público desta terça-feira onde critica o secretário-geral do PS e primeiro-ministro incumbente, António Costa, por se colocar “na eventual dependência do PAN”.
“Apoio a posição do PS no sentido da obtenção de uma maioria que liberte o Governo de novos constrangimentos e dependências. E (…) não compreendo como é possível o PS colocar-se na eventual dependência do PAN, partido que subverte o primado da pessoa humana e os fundamentos humanistas da nossa sociedade”, escreve Manuel Alegre.
Titulando o artigo de “Voto PS, não voto PAN”, o militante do PS continua, referindo: “Se tal acontecesse, votar PS seria como votar contra mim mesmo, contra o que gosto de fazer, como caçar e pescar. (…) Não é só para mim como para muitos milhares de pessoas que se reconhecem no PS.”
Não compreendo como é possível o PS colocar-se na eventual dependência do PAN.
Manuel Alegre indica também que, quando António Costa “declarou que o seu Governo acabaria no dia em que tivesse de negociar um orçamento com o PSD”, o PS “passou a estar dependente da posição de cada um dos seus parceiros de esquerda”. “Foi aí que começou a crise que levou à absurda posição de dois partidos de esquerda juntarem os seus votos à direita para chumbarem um Orçamento progressista”, diz.
“Acresce que a hipótese de dois ou três deputados poderem impor por decreto um programa baseado em cortes e proibições, não por força própria, mas com os votos dos partidos, PS ou PSD, a que o PAN se oferece para viabilizar governos, constitui algo que põe em causa a verdade da representação democrática”, defende Alegre.
O socialista conclui, afirmando que “quem vota no PS não o faz para que dois ou três deputados acabem com a pecuária, a caça e a pesca desportiva e outros seculares costumes e tradições do povo português”. “A esquerda tinha uma maioria. Não soube cuidar dela”, finaliza.
No debate entre António Costa e o líder da oposição, Rui Rio (PSD) — tidos como os dois candidatos a primeiro-ministro nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro –, o dirigente socialista admitiu a possibilidade de uma “maioria entre o PS e o PAN”, dependente da “representação” que este último vier a conseguir. Mas Costa, o que quer, é a “maioria absoluta”, disse esta segunda-feira no debate com todos, e também já admitiu a hipótese de governar “à Gueterres”, negociando os diplomas numa lógica de caso a caso.
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