Tesouro italiano assume controlo da empresa de seguros de crédito à exportação
Até agora integrada num grupo bancário, a SACE fornece seguros de crédito e caução, além de garantias financeiras com que o Estado italiano apoia a internacionalização das PME.
O governo italiano aprovou um decreto que autoriza a aquisição, pelo Tesouro, da companhia de seguro de crédito SACE, até agora detida pela CDP – Cassa Depositi e Pretitii, uma transação estimada em 4,25 mil milhões de euros.
O decreto que devolve ao Estado o controlo da entidade seguradora foi assinado pelo ministro da Economia, Daniele Franco, em 19 de janeiro e já obteve concordância do titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, Luigi di Maio. Segundo noticiou a Reuters, a operação satisfaz a pretensão do Tesouro italiano de assumir controlo da SACE, dada importância crescente da agência no apoio às empresas e à economia. Com o Servizi Assicurativi del Commercio Estero (SACE) sob controlo do Tesouro italiano, o ministério liderado por Di Maio perde alguma influência nas decisões relativas ao crédito à exportação, acrescenta.
As autoridades italianas e esta agência de seguro e recuperação de crédito partilham parte da exposição a riscos que, no longo prazo, podem impactar as contas públicas. No entanto, a transferência da SACE para a órbita do Tesouro, concretizada através de emissão de dívida já contabilizada nas finanças públicas, já agravará a situação da dívida italiana, que terminou 2021 a pesar 153,5% da economia (pib).
Como parte da operação, a CDC pagará previamente 228,4 milhões de euros pelos 76% que a SACE detém na Simest, entidade prestadora de serviços também participada por mais bancos italianos e que, junto com outras subsidiárias, é parte da agência de crédito à exportação após fusão concretizada em 2016.
Operando tradicionalmente como entidade de referência no fornecimento de garantias, caução e apoio financeiro às empresas exportadoras em Itália, a SACE foi vendida ao grupo CDP pelo governo de Mario Monti em 2012, por um montante aproximado de 6 mil milhões de euros. Com a reversão do investimento, caberá ao Tesouro voltar a prestar, junto da banca, as garantias que cobrem operações de crédito contratadas pelos exportadores.
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