Estado gasta 71,1 milhões de euros com testes à Covid só em dezembro

A despesa pública com testes de diagnóstico à Covid-19 disparou no final do ano com o reforço da estratégia de testagem. Foram gastos 318,2 milhões de euros em testes em 2021.

Com 5,4 milhões de testes de diagnóstico à Covid-19 realizados em dezembro, os gastos do Estado com a estratégia de testagem para controlar a pandemia dispararam na reta final de 2021. Só nesse mês foram gastos 71,1 milhões de euros, o que não tem paralelo no histórico mensal desde o início da pandemia. No total, Portugal gastou 318,2 milhões de euros em testes em 2021, de acordo com a síntese de execução orçamental da Direção-Geral de Orçamento (DGO) divulgada esta quinta-feira.

A aceleração da despesa pública com testes reflete a maior adesão dos portugueses à testagem, também por causa das medidas implementadas pelo Governo que obrigavam à realização de testes para acesso a determinados locais. Se até outubro a média mensal de gastos com testes de diagnóstico Covid-19 era de 20 milhões de euros, em novembro deu um salto para 40 milhões de euros e agora, em dezembro, para 71,1 milhões de euros, dado que se registaram recordes diários de testagem.

A maioria da verba anual para testes saiu da administração central (277,8 milhões de euros) com o Estado a financiar até seis testes gratuitos em dezembro e quatro testes gratuitos novamente a partir de janeiro. Os restantes 33,8 milhões de euros foram gastos pela administração regional e 6,6 milhões de euros pelas autarquias, nomeadamente Lisboa que também tem um programa de testagem gratuita.

Foi em novembro que os testes antigénio voltaram a ser comparticipados pelo Estado, a partir do dia 18, nas farmácias e laboratórios aderentes ao regime excecional de comparticipação, dado o agravamento da situação epidemiológica. A realização de teste passou gradualmente a ser requerida em mais ocasiões a partir do Conselho de Ministros de 25 de novembro, o que levou a um aumento da testagem.

Atualmente os requisitos de testagem diminuíram, mas continua a ser necessário para, entre os que não têm dose de reforço há mais de 14 dias ou que não tenham tido Covid-19 recentemente, visitas a lares, visitas a pacientes internados em estabelecimentos de saúde, grandes eventos e eventos sem lugares marcados ou em recintos improvisados e recintos desportivos (salvo decisão da DGS). O acesso a bares e discotecas também obriga à realização de teste, assim como a entrada de passageiros que cheguem a Portugal por via aérea.

Em janeiro, a despesa com testes deve manter-se historicamente elevada dado que só na primeira quinzena foram realizados 3,3 milhões de testes e no total do mês já supera os seis milhões, de acordo com o Instituto Ricardo Jorge. Estes números de testagem não incluem, obviamente, os autotestes que os portugueses possam ter realizado em privado, a seu custo. A esmagadora maioria dos testes é feito por privados, sejam laboratórios (PCR) ou farmácias (testes antigénio).

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