“Quando as comissões acabarem, trabalhadores não são pagos”

Presidente da Caixa diz que há "demagogia" e "má compreensão" no tema quente das comissões da banca. Quando acabarem, os trabalhadores deixarão de ser remunerados, disse Macedo.

Paulo Macedo, presidente da Caixa.Hugo Amaral/ECO

Paulo Macedo criticou aquilo que considera ser “demagogia” e “má compreensão” de quem acha que as comissões bancárias devem acabar, porque no dia em que isso acontecer os trabalhadores dos bancos deixarão de ser pagos. “A banca tem duas fontes de proveitos: juros e comissões”, começou por explicar o CEO da Caixa Geral de Depósitos.

Os juros, quando não são negativos, remuneram o custo do capital, e as comissões remuneram aquilo que são os custos operacionais, designadamente as pessoas e a estrutura, sejam o fornecimento e serviços de terceiros ou os custos regulamentares de 60 milhões de euros”, acrescentou.

Segundo Paulo Macedo, aquilo “que os clientes dizem é que não querem suportar mais comissões tão altas”. Então, sendo assim, “a única maneira de reduzir os custos operacionais é ter uma estrutura mais barata que os clientes queiram suportar”, frisou. “Não há outra forma”. “Quando as comissões acabarem, os trabalhadores não são pagos”, rematou o CEO do banco do Estado.

Ao todo, as receitas com comissões da Caixa ascenderam a 565 milhões de euros no ano passado, uma subida de quase 13% e que se deveu ao aumento do negócio com fundos de investimento e seguros financeiros.

CGD prevê contratar entre 400 e 600 trabalhadores até 2025

Paulo Macedo adiantou ainda que o banco deverá contratar entre 400 e 600 trabalhadores nos próximos três anos, de acordo com o que está previsto no plano estratégico 2021-2025, e cujas primeiras pontas do véu fez questão de levantar na apresentação das contas de 2021.

O número de contratações dependerá das saídas voluntárias que o banco registar durante este período, explicou.

Aliás, o presidente do banco afastou qualquer plano de redução de pessoal. “Basta atender aos pedidos” de saída por iniciativa do trabalhador, que geralmente rondam os 300 por ano. “Nem todos serão satisfeitos”, avisou já Paulo Macedo.

A Caixa registou lucros de 583 milhões de euros em 2021, uma subida de 18,7% em relação ao ano anterior.

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