Já começou a evacuação de Donetsk. Putin oferece abrigo e 116 euros aos refugiados

Pessoas que estão a evacuar a região de Donetsk, na Ucrânia, terão à espera abrigos na Rússia e receberão cerca de 116 euros do Governo de Vladimir Putin.

Centenas de pessoas estão esta sexta-feira a ser retiradas da região de Donbass (autoproclamada república popular de Donetsk), no leste da Ucrânia, com destino à Rússia, na sequência do agravamento das tensões entre os dois países. Vladimir Putin já deu ordens para que fossem criados abrigos para acolher todos estes civis, avança a imprensa internacional.

Nas redes sociais multiplicam-se relatos de mulheres, idosos e crianças a deixar para trás aquela região separatista, que denunciou esta sexta-feira que as forças armadas ucranianas dispararam contra um posto de controlo militar fronteiriço. Perante estas informações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou a situação naquela região é “potencialmente muito perigosa”.

Como se vê no tweet abaixo, as pessoas fazem fila nos terminais de multibanco para conseguirem levantar dinheiro antes de partirem para a Rússia.

A meio da tarde houve ainda uma explosão no centro de Donetsk, num território ocupado por separatistas. As forças pró-russas afirmam que foi um carro militar que explodiu, propriedade do chefe de segurança da região de Donbass.

Vladimir Putin já deu ordens para serem criados abrigos para todas as pessoas que partam daquela região para a Rússia, oferecendo 10 mil rublos (115,9 euros) a cada um desses refugiados. De acordo com o The Washington Post (conteúdo em inglês), o Presidente russo pediu ao ministro da Emergência para se deslocar “com urgência” a Donbass para “criar condições para acomodar” estas pessoas e oferecer-lhes “refeições quentes”.

Putin lamentou o “agravamento” do conflito no leste da Ucrânia, onde as duas fações se acusaram mutuamente nas últimas horas de violar o cessar-fogo. “Infelizmente, agora estamos a assistir a um agravamento da situação em Donbass”, disse Vladimir Putin durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko.

A imprensa internacional acredita que milhões de civis vivam nas duas regiões controladas pelos rebeldes no leste da Ucrânia — Donbass e Luhansk –, sendo que a maioria fala russo e muitos já têm mesmo cidadania russa.

Michael Carpenter, embaixador dos Estados Unidos na Organização para Segurança e Cooperação na Europa, afirmou durante uma reunião que o número de tropas russas cresceu significativamente em relação às estimativas de 100 mil soldados no final de janeiro. “Acreditamos que a Rússia provavelmente concentrou entre 169 mil e 190 mil soldados dentro e perto da Ucrânia, em comparação com cerca de 100 mil a 30 de janeiro”.

O responsável afirmou que “esta é a mobilização militar mais significativa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial“.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, já anunciou que Kiev não planeia nenhuma ação violenta contra os territórios separatistas, garantindo que o seu Governo está comprometido com uma solução pacífica para o conflito.

Nas últimas horas, especialmente na quinta-feira, ocorreram graves violações do cessar-fogo estabelecido em 2015, ao abrigo dos Acordos de Minsk, no leste do país. Os militares ucranianos abriram fogo contra Donetsk 30 vezes esta sexta-feira, segundo a agência russa TASS.

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