Fosso salarial entre homens e mulheres em Portugal subiu para 11,4% em 2020

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Março 2022

A diferença salarial entre homens e mulheres em Portugal aumentou pelo segundo ano consecutivo. Em dois anos, a desigualdade a nível nacional aumentou de 8,9% para 11,4% em 2020.

A desigualdade de género está presente em várias áreas, sendo a dos salários uma das mais discutidas, e em Portugal, o fosso salarial entre homens e mulheres aumentou de 10,9% em 2019 para 11,4% em 2020. Um valor que, ainda assim, fica abaixo da média da União Europeia (UE), segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat.

Em 2020, os ganhos brutos por hora das mulheres eram, em média, 13% inferiores aos dos homens na UE. Num período de oito anos, a diferença salarial entre homens e mulheres no espaço comunitário reduziu-se de 16,4% em 2012, para 13% em 2020.

Contudo, a nível nacional, a tendência de redução que persistia desde 2015 — ano em que o fosso salarial estava fixado em 15% — inverteu-se após 2018, ano em que a desigualdade salarial em Portugal estava calculada em 8,9%.

Estas disparidades variam entre os 27 Estados-membros do bloco comunitário. As maiores diferenças salariais observam-se na Letónia (22,3%), seguida da Estónia (21,1%), Áustria (18,9%) e Alemanha (18,3%), enquanto o fosso menor verificou-se no Luxemburgo (0,7%), que é seguido pela Roménia (2,4%), Eslovénia (3,1%) e Itália (4,2%).

Disparidade salarial nos países da Europa

Fonte: Eurostat

De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, “partes da diferença de remuneração entre homens e mulheres podem ser explicadas por diferenças nas características médias dos trabalhadores masculinos e femininos e por diferenças nos rendimentos financeiros para as mesmas características“.

Estes valores foram calculados para empresas com dez ou mais empregados. Sendo um indicador não ajustado, a diferença salarial entre homens e mulheres dá uma imagem global das diferenças entre homens e mulheres em termos de rendimentos e medidas – um conceito que é mais amplo do que a discriminação no sentido de “remuneração igual por trabalho de igual valor”, assinala ainda o Eurostat.

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